Dia Nacional da Adoção: Deus sempre nos dá o que precisamos!

Depoimento de Carla Paula

Qual é o seu sonho? Todos temos sonhos, não é mesmo? O meu sempre foi ser mãe! Lembro que na minha adolescência, eu falava para a minha mãe: Mãe, quando eu tiver 18 anos eu vou ter um filho! E logo depois, descobri um grande obstáculo no caminho: Dois ovários repletos de microcistos super resistentes!

Não fui mãe com 18, nem com 20 e nem com 30!

Conheci meu marido aos 25 anos, e em nosso primeiro encontro falei para ele que queria ter um filho logo (a mais louca!). Ele me falou que tinha vontade de adotar uma criança, e eu, surpresa, disse que também tinha essa vontade. Depois disso, ficamos, namoramos, noivamos!

Casei com 27 anos e desde então decidimos que iríamos ser pais! E aos 27 anos também começou a maior luta de nossas vidas! Tentamos engravidar por um tempo, sem sucesso! Procuramos no mínimo 6 médicos diferentes. Fizemos dezenas de exames e tratamentos, sem sucesso! E o dinheiro gasto então!!!

Tentamos uma adoção ilegal, combinada com uma mãe que não queria o filho (muitos fazem isso, mas não, não indico para ninguém, não façam isso, definitivamente), e essa sim, foi nossa maior frustração. Depois de quatro anos e meio de tentativas, de um “quase filho”, decidimos enfim, encarar uma fila gigantesca, mas fazer tudo dentro da lei, e fomos dar início ao processo no Fórum!

Dia difícil. processo difícil. sensação difícil! Saímos de lá e meu marido falou: Carla, vamos colocar nas mãos de Deus, vamos continuar nosso tratamento, fazer tudo o que está em nosso alcance, e vamos também colocar essa adoção em Suas Mãos. Tenho certeza que Ele nos dará exatamente aquilo que queremos e precisamos!

E assim foram os outros quase 5 anos. Muito hormônio, muito dinheiro gasto, muitos negativos e muita frustração. Do outro lado, uma espera infinita, um silêncio sufocante e o medo do tempo estar passando rápido demais e a idade avançando. Neste caminho, perdi minha mãe de forma repentina, o que deixou um vazio ainda maior. Chegou 2015. Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, decidimos optar, pela ultima vez, em fazer uma Fertilização. Conseguimos uma parceria com uma Clínica em Santo André e fomos lá. Depois de várias baterias de exames, agendaram nosso pré-procedimento para início de novembro, sendo que a Fertilização provavelmente aconteceria em dezembro.

Em setembro, quase 9 anos depois do meu casamento, antes da Fertilização, e eu não mais com 18, e sim com 36 anos, meu telefone tocou! Era a Assistente Social, com a voz mais gostosa do mundo, me dando a notícia que “havia uma criança – uma não, duas”, e se podíamos ir lá no dia seguinte para conhecer o histórico. Eu estava no carro: parei, peguei o telefone e liguei para meu marido. Ele estava dirigindo e quase bateu o carro (rs). Lembro que contava pra ele e falava: Calma, vamos manter os pés no chão! Depois de tantas frustrações, tudo parecida uma ilusão.

No dia seguinte, sexta-feira, fomos ao Fórum. Conhecemos todo o perfil psicológico daquelas crianças. Dois bebês, recém-nascidos, gêmeos, CASAL! Quer mais perfeição que isso? Sim, saudáveis, sem traumas e fora de risco!

Depois do Fórum, fomos ao hospital conhecê-los. Foi tudo tão maluco, tão rápido, que não tive tempo de raciocinar. Entramos na Neo Natal e meu marido já foi trocar a fralda do meu filho, e eu dar mamadeira para minha filha. Assim, automático!

Eu não chorei, eu não me emocionei. Dentro de mim passava um turbilhão, mas fora, eu estava lá, firme, forte e fria. Ficamos 5 dias entre hospital / lojas de bebês acompanhando, cuidando, aprendendo, correndo atrás do básico e babando naqueles dois bebezinhos. Na quarta-feira, novamente, meu telefone tocou e a assistente social falou que deveríamos ir até o hospital, pois a guarda-provisória deles havia saído e estavam de alta!

Entramos naquele hospital pela última vez um casal, e saímos uma família!

Quando coloquei os dois bebês conforto dentro do carro, com meus dois filhos dentro deles, eu pude enfim, relaxar. Chorei, chorei muito, chorei por estar sentindo uma emoção que é incomparável com qualquer coisa que eu já havia sentido na minha vida. Chorei porque queria que minha mãe estivesse naquele carro junto comigo, vendo meu sonho se realizar. Sonhei por saber que nunca mais na minha vida, eu iria me sentir sozinha. Chorei por gratidão, pois nem em meu maior sonho me imaginei com um casal de gêmeos tão lindos e perfeitos. Chorei por ter a certeza de que aquilo estava acontecendo, e que ninguém mais tiraria de mim, meu direito de SER MÃE!

Os dias seguintes foram os dias mais loucos da nossa vida, e hoje, vivemos dias felizes que jamais poderíamos imaginar. Murilo e Maria Luiza estão hoje com 2 Anos e 9 meses! Todos os dias quando eles acordam e vem ao meu encontro com aquele abraço quentinho de bom dia, ouço Deus me falando: Eles não nasceram de você, mas com certeza nasceram para você!

Sim, meus filhos são meus! Eles nasceram para mim! Nasceram em um dia e nos fizeram renascer em outro!

Se eles são os grandes presentes da minha vida, devo isso ao meu coração, quando me mostrou que eu queria ser mãe, e não necessariamente ficar grávida. Quando me mostrou, que do coração, nascem grandes famílias felizes e abençoadas! Que do nosso coração é que vem a prova de que Deus nos dá exatamente aquilo que precisamos!

Esperaria mais 9 anos, passaria por tudo novamente, sem mudar nada, se no final, minha resposta fosse: Malu e Murilo! E hoje, neste dia tão especial, deixo aqui um trechinho de um poema do Bráulio Bessa: “… o amor vai mais além / o amor tem tanto brilho / que quem adota um filho / é adotado também!”

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Autor Redação Mães de Jundiaí

Redação Mães de Jundiaí

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