Especial Mães: Descobri o quanto mililitros e gramas são unidades de medidas tão importantes

Depoimento Talita Paiva
No dia 12 de junho de 2014 início da Copa do Mundo, foi um dia muito triste para nós: descobrimos num exame de rotina que o bebê que estava no meu ventre há dois meses, havia parado de se desenvolver e veio a óbito. Foi necessário a internação, o processo de limpeza e com tudo isso, o luto. Porém, ainda no hospital o Senhor me presenteou me trazendo a memória um versículo chave para o momento: Romanos 12:2 “E não sedes conformados com este mundo, mas seja transformado pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. E foi com essa palavra que entre a tristeza e questionamentos humanos, o Espírito Santo nos confortou.

Passou o tempo e nove meses depois, em abril de 2015 engravidei novamente. Diferente da primeira vez, fizemos tudo de maneira mais calma, entre exames, consultas, tive três sangramentos, e a cada vez que nos dirigíamos ao hospital e éramos direcionados a fazer o ultrassom, meu corpo inteiro gelava ao entrar na sala, com um medo absurdo de ouvir algo ruim novamente. Porém dia após dia a dependência do Senhor foi se revelando numa gravidez tranquila.

Aos cinco meses, dia 31 de julho de 2015, soubemos que estávamos esperando uma princesa e junto com este ultrassom meu médico pediu um exame diferente onde constatamos que o colo do meu útero estava encurtado, significando que meu bebê poderia nascer em duas semanas caso não começássemos o tratamento imediatamente. Ao saber dessa informação, novamente nos derramamos em oração.

E num turbilhão, fui afastada do trabalho, não podia mais dirigir, permanecer a maior parte do tempo sentada / deitada e começamos o tratamento com medicações. Mais uma vez o Senhor nos surpreendeu, o meu médico conseguiu de graça, toda medicação.

Adiantamos o chá de bebê e a reforma da casa. E então dia 14 de outubro numa quarta-feira, completando, de acordo com o ultrassom, 32 semanas, com muita dor nas costas fomos ao hospital e constatamos 4 dedos de dilatação, fui internada. Foi feito as medicações para fortalecimento dos pulmões da nossa bebê, e em mim para inibir as contrações. Medo.

Foi possível até o sábado, onde no período da noite, as dores se intensificaram e então nossa princesa resolveu chegar. No centro cirúrgico, conversando com a obstetra ela disse nunca ter visto prematuro com mecônio (fezes) e a pediatra que recebeu nossa bebê recalculou suas semanas para 34 semanas e 4 dias ou seja, oito meses e meio, ainda considerada prematura, mas com muito menos risco. Nasceu chorando, não foi entubada e foi tudo perfeito e natural como tem que ser.

Por ter nascido com 1.785 quilos ela foi direto para a UTI. Tive alta e meu bebê ficou para ganhar peso. As visitas tinham a duração de apenas meia hora e só podíamos tocar na cabeça da nossa princesa, pois eram muitos fios. Conseguimos pega-la pela primeira vez após 5 dias de nascida, e a cada dia na UTI Neonatal eu descobri o quanto mililitros e gramas são unidades de medidas tão importantes, pois ela engordava de grama em grama por consumir 5 as vezes 8 ml de leite por vez e isso era muito pra ela. Pude amamentar depois de 11 dias que ela nasceu e ainda não encontrei palavras para descrever a sensação!

No total foram 19 dias no hospital e muita oração, muito cuidado do Senhor e o sentimento de gratidão. Por várias vezes ouvi que aparentemente estávamos bem, eu e meu marido; para isso só tínhamos uma resposta, sabemos em quem temos crido. Temos um Deus que trabalha para aqueles que nele esperam. É Ele quem nos sustenta.

E somente depois três meses, cuidando da imunidade, tomando as vacinas, sem poder sair de casa, sem receber visitas oficialmente, tivemos a honra de apresentar a minha pequena princesa ao Senhor e sair de casa, após, ao que parece, uma eternidade.

Hoje ela está com 2 anos e 6 meses, com muita saúde, disposição, crescendo a cada dia em graça, sabedoria e estatura para honra e glória do Senhor! Para tudo isso, um ‘muito obrigada’ certamente não basta, mas agradecer a cada suspiro, a cada folego de vida, faz toda diferença.

 

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Autor Redação Mães de Jundiaí

Redação Mães de Jundiaí

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