Especial Mães: A maternidade não estava nos planos

Depoimento de Monise Radau
Há pouco mais de quatro anos, no almoço de Dia das Mães, me lembro de dizer para a família que não, eu não teria filhos. Estava decidido. Em quase sete anos de casamento (na época), a gente adiava esse momento sempre. Adiava, adiava… E, por fim, havíamos decidido que não falaríamos mais nisso. Não cabia um filho na minha vida naquele momento, eu não estava preparada. Ou pelo menos achava que não. O que eu não sabia é que a gente não tem poder sobre tudo – ainda bem! Naquele momento, eu já estava grávida. Bem no início da gestação da minha Laís.
Foi um grande susto, confesso. Demorou para cair a ficha. Precisei de dois testes de farmácia, um exame de sangue e a palavra da ginecologista para acreditar que eu estava realmente grávida. As semanas iniciais foram de aceitação, de me acostumar com a ideia de que eu já era mãe. E a gravidez veio num momento bem tumultuado da minha vida, então as coisas meio que se misturaram. Não vou dizer que foi fácil.
Mas à medida que a barriga crescia, brotava e crescia junto um amor diferente, difícil de traduzir. E, aos poucos, fui me percebendo apaixonada por aquele bebezinho. Orgulhosa da minha barriga. Quando soube que era menina, chorei. E mergulhei de cabeça num mundo cor-de-rosa, me preparando com todo o carinho para a chegada da minha pequena.
Eu nem me lembrava mais que já havia dito que não pretendia ter filhos. Aquele amor louco crescia a cada dia mais e enchia meu coração, fazendo qualquer problema parecer pequeno. Eu já fazia tudo por ela, para ela. Naquele momento, já me sentia mãe. Ainda tinha medo de não dar conta do recado, mas tinha certeza de que faria o meu melhor e um pouco mais, se fosse preciso.
Quando ela nasceu…Ah… Aí os olhos encheram de lágrimas, a voz quase não saia. Só de lembrar, me emociono. Naquele momento não tinha dúvidas de que estava vivendo o melhor papel da minha vida, o de mãe da Laís. Os dias foram passando e o amor foi crescendo ainda mais. Quando você pensa que não é possível ter mais amor, ele duplica, quadriplica. Não, não é exagero. Mas é realmente impossível de explicar.
Eu sempre olho para minha filha, para aquele sorriso largo, lindo, e pergunto: “Laís, como eu vivi tanto tempo sem você?”.
E aqui estou eu, mãe da Laís. E minha vida não poderia estar mais completa. Ver e viver suas descobertas, seus sorrisos, suas conquistas… isso não tem preço! Por mais clichê que pareça. Claro que realmente não é fácil. Mas quem se lembra disso quando aquela coisinha pequena vem com a mãozinha melada fazer um carinho no seu rosto e pede um beijo?

Eu acredito que a mulher não nasce pronta para ser mãe, essa ainda é a minha percepção. Mas você se torna mãe assim que o amor começa a crescer dentro do peito. Assim, sem aviso, sem preparações, sem teorias. Mãe. E, no meu caso, mãe (muito) coruja!

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Autor Redação Mães de Jundiaí

Redação Mães de Jundiaí

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