Em 2015, durante o último período do curso de Arquitetura, Cintia Louzada tinha um projeto de conclusão já pensando na maternidade. Grávida, sonhava com um local onde pais e mães pudessem trabalhar e, ao mesmo tempo, continuarem próximos aos seus filhos, criando um ambiente de coworking com berçário. “Mesmo com muita insistência, não foi possível colocar esse espaço, pois minha orientadora não acreditava nesse modelo de trabalho. Conclui a faculdade, minha filha Helena nasceu, e eu enxerguei mais potencial ainda no negócio”.
Com a sócia Laura Rodrigues, a arquiteta procurou casas, visitou brinquedotecas, escolas e o mesmo modelo de empreendimentos já existentes na capital. “Depois de exatos nove meses, como a maioria das gestações, nasceu a Casa Acalanto, o primeiro coworking familiar de Jundiaí. Eu pensava como seria difícil trabalhar depois de ter filhos, mas acabei fazendo da dificuldade uma oportunidade. Não só pra mim, mas para muitas mães”, diz orgulhosa.
No Brasil, as mulheres já representam 51% dos profissionais que investem em projetos próprios. Depois que elas se tornam mães, nasce uma nova mulher, que geralmente não se vê mais no mundo corporativo. É o que resume a consultora de marketing digital da Marketing de Mãe pra Mãe, Bruna dos Santos. “Uma das grandes motivações, sem dúvidas, é poder criar o filho mais perto. Então essas pessoas encontram no empreendedorismo uma maneira de conciliar maternidade e carreira”.
Mas organização é uma palavra-chave para essas novas empreendedoras. Bruna garante que não é tarefa fácil dosar o cronograma profissional com o materno. “O lado bom de ser empreendedora é a possibilidade de administrar o tempo e poder ficar com o filho quando ele estiver doente, por exemplo. Mas é muito importante ressaltar, que mesmo ela sendo dona do seu próprio negócio é importante criar uma rotina de trabalho”.
Diferente da arquiteta Cintia, a pedagoga Daniela Rocha viu sua vida transformar com a chegada dos seus filhos gêmeos, Vitor e Vitória, há 14 anos, e percebeu que sua missão era orientar pessoas que viviam a dor escolar, reflexo do que passou com a filha. “Não havia ninguém para me orientar. Hoje trabalho ajudando professores e pais quanto à inclusão e prevenção ao Bullying Escolar ao lado da Vitória, que opina, dá ideias e participa de seminários e palestras sobre o tema”.
Mas Daniela percebeu que fazer home-office não era nada fácil. “Eu tive muita dificuldade no começo. Fiz até uma planilha, um planejamento semanal, comprei uma lousa e coloquei no escritório. Preparo tudo em casa no horário em que os gêmeos estão na escola. Tenho que ter uma excelente organização de horários para ser mãe de gêmeos, estar presente na vida deles e ser profissional também”, afirma.
A consultora de marketing dá algumas dicas. “Primeiramente essa mãe precisa explicar para a família que agora o trabalho dela é em casa. Feito isso, é importante separar um cantinho, um cômodo, ou uma mesa. Se ainda puder decorar, ótimo. Com tudo organizado, é importante estabelecer uma carga horária, e mesmo que ela defina poucas horas, é fundamental que seja um momento 100% focado ao trabalho. Uma opção é ela usar ferramentas de produtividade para se organizar melhor”.
Bruna ainda deixa algumas atitudes para quem está pensando em começar um empreendimento:
1 – Tenha um por quê
Não é que você se torna uma empreendedora e aí tem um porquê; você tem um porquê e isso faz com que você se torne empreendedora. É essa razão que vai te dar um gás, vai te deixar motivada para os desafios que vão aparecer todos os dias. E não são poucos desafios, mas são eles que vão te desenvolver para ser uma empreendedora de sucesso. Você enxergará um caminho a ser trilhado para um bem maior, para a sua autorrealização, e isso não tem preço.
2 – Tire as suas ideias do papel
A mulher empreendedora se coloca em ação, não fica de “mimimi” e muito menos deixa sonhos e ideias guardadas. É no movimento que você se torna uma realizadora. Medos são comuns e inevitáveis, por isso é importante buscar conhecimento e apoio. Cursos, Mentorias, Autoconhecimento e Empreendedorismo são grandes ferramentas para esse processo.
3 – Busque todos os dias a sua melhor versão
O diferencial de ser empreendedora é estar sempre em busca de desenvolver novas habilidades, buscar conhecimento, se atualizar na área que empreende para sempre oferecer o melhor ao seu público. Esse aprimoramento deve ser contínuo, assim como a própria vida que está sempre em constante evolução.
“E a dica bônus é: empreenda em algo que ame, que faça seus olhos saltarem de felicidade e o coração explodir de alegria todos os dias”, finaliza Bruna.
1 thoughts on “Empreendedorismo materno: um caminho possível”
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