A maneira que o bebe é acolhido e cuidado logo após o nascimento pode impactar significativamente na sua transição do útero para a vida afora.
Numa cultura que normalmente separa mães e bebês para procedimentos de rotina, como limpeza, pesagem , medição e avaliação pediátrica, a maioria dos bebês não desfruta do contato pele a pele com suas mães, que pode trazer consequências a curto e longo prazo para todos.
É na primeira hora que ocorre a primeira mamada e a ligação entre mãe, bebê e família se inicia. E, ao menos que a mãe ou o bebê tenham necessidade de assistência médica imediata, o protocolos hospitalares de rotina podem esperar e os serviços de saúde podem e devem apoiar este tempo de novos começos, seja qual for a forma que o bebê tenha nascido, parto normal ou cesariana.
Estudos apontam que, ao nascer, é importante que o bebê seja acomodado imediatamente no colo de sua mãe e ambos devem ficar aquecidos. Isto retarda a produção de uma substância relacionada ao stress chamada adrenalina e facilita a produção dos hormônios ocitocina e prolactina, essenciais para o vínculo, para a amamentação e até mesmo para a expulsão da placenta e, consequentemente, diminuem para a mãe os riscos de hemorragia pós-parto.
Valorizando ainda mais a hora de ouro, muitas vezes é desnecessária a ajuda de terceiros para colocar o bebê para “pegar do peito”, pois muitos, instintivamente, rastejam para o seio da mãe e “apanham” o mamilo sem precisar que sejam guiados até ele.
O ato de “rastejar para a mama” foi observado pela primeira vez por pesquisadores suecos na década de 1980 que descobriram que os bebês nascem com instintos inatos que lhes ajudam a encontrar o mamilo da mãe, como todos os mamíferos recém-nascidos. Além dos inúmeros benefícios relacionados aos aspectos psicológicos.
Crianças criadas com apego e demonstrações de afeto são mais seguros de si e no futuro, correm menos riscos de desenvolver doenças emocionais e dificuldades de relacionamento na vida adulta.