Recentemente li um livro maravilhoso com esse mesmo título, de uma pesquisadora chamada Brené Brown, onde ela escreveu sobre a coragem de assumirmos quem realmente somos, de assumir nossa humanidade e portanto nossa imperfeição. De assumirmos a nossa tão temida vulnerabilidade.
Como pais e mães, independente de nossas intenções, crenças e valores, tenho uma única certeza: todos erraremos nessa grande missão que é ser pai e mãe.
Escrevo isso não para que você desista de tentar ser melhor. Ou para se preocupar e se exigir ainda mais. Escrevo isso, para que você comece a aceitar quem realmente é, para que tenha coragem de reconhecer seus próprios erros e fracassos. Para que perceba suas limitações e necessidades. Para que acolha sua vulnerabilidade com amor.
À medida que começo a reconhecer esses aspectos tão temidos em mim mesmo, à medida que começo a aceitá-los e dar um lugar a eles, posso acessar a leveza de me permitir dar apenas aquilo que realmente tenho. Porque essa é a única verdade: só damos aquilo que temos. Com essa postura também me liberto das expectativas que tenho de mim mesmo nesse papel, e das expectativas que acredito que os outros tem de mim. Me liberto da prisão que eu mesmo me coloquei um dia.
Apenas quando reconheço esses aspectos, posso fazer algo para mudar. Somente quando assumo para mim mesmo essas limitações, posso fazer algo diferente, posso pedir e receber ajuda.
Aceitar nossa vulnerabilidade é aceitar nossa humanidade. É ter bons olhos para nós mesmos e para nossos filhos. No exercício da maternidade/paternidade, não são só os filhos que aprendem com os pais. Os pais também podem aprender muito com os filhos. Aliás, os filhos nos ajudam a enxergar muita coisa que antes não enxergávamos.
É preciso acolher com amor nossa vulnerabilidade, abrindo mão das culpas e pesos desnecessários. Quando acolhemos nossa vulnerabilidade e desistimos de “brigar” com ela, algo incrível acontece: a conexão. Conexão comigo mesmo e com os outros. Nossos filhos se conectam a nós, pois também se sentem acolhidos em suas próprias vulnerabilidades.
Não tentemos ser perfeitos para nossos filhos, apenas humanos.
1 thoughts on “A coragem de ser imperfeito”
João Vitor Ferraz
(dezembro 18, 2017 - 7:04 pm)Olá, sou dermatologista em Jundiaí e escrevi um e-book sobre a pele das crianças, é gratuito, gostaria de disponibilizar, como podemos fazer?