Fui cruelmente machista comigo!

Foto: Mário Sérgio

Antes da decisão final pela separação, fui cruel comigo. Afinal, uma mulher, divorciada, aos 35 anos, com uma filha? Imagine!! Não seria amada nunca, não encontraria mais felicidade num relacionamento, não teria oportunidades na sociedade.

Eu tinha razão? Se a gente for pensar pelos fatos que estamos vendo nos últimos dias, sim! O machismo estrutural que nos acompanha há muitas décadas nos faz acreditar numa verdade absurda. Tão absurda que ao ler este artigo da Luciana Bugni (Ameaça de morte de Red Pill a Livia La Gatto é ápice de não aceitar crítica) me embrulhou o estômago me fazendo reviver o que senti lá, até meus 35 anos.

Trecho retirado do UOL (link na imagem)

Esta frase que eu destaquei acima me fez correr aqui para desabafar. Era EXATAMENTE como eu me sentia naquela época. Não queria mais aquele relacionamento, não fazia bem pra mim, pra ele, pra nossa filha. Mas eu tinha o direito de ser feliz?

Quantas vezes a gente se imagina num mundo onde não queremos viver? E é por causa de reproduções assim que eu me martirizava diariamente.

Sabe como eu saí disso? Quando eu comecei a entender que:

  • Eu me bastava
  • Eu dou conta sim!
  • Eu tenho quem me apoie e me ajude
  • As pessoas que sabem quem eu sou, vão seguir ao meu lado
  • EU NÃO PRECISO DE UM RELACIONAMENTO PARA SER FELIZ

Infelizmente não é simples assim! É um clique que as vezes demora a aparecer e é preciso se permitir entendê-lo. E se respeitar. Ué! Se eu não vou ser feliz com um parceiro, então que eu seja feliz sozinha!!!! (Aqui digo sobre relacionamento e não sobre maternidade).

Aliás, ter uma filha sempre foi a maior dificuldade e ao mesmo tempo a maior força. Sair do pensamento Ninguém vai me querer com filha para o pensamento Não quero ninguém por perto que não respeite, agregue, queira a minha filha, foi o ponto chave pra eu entender que EU NÃO PRECISO DE NINGUÉM!

Pronto, me separei!

Encontrei alguém. Um ano de namoro para que a pessoa me ligue e diga: “Não consigo lidar com um relacionamento onde a sua filha é sua prioridade”. Ruim? Gente, foi a verdade que mais me doeu!!! Porque voltou a tona (e dona terapeuta Cintia bem sabe) todo sentimento de antes.

NINGUÉM VAI ME AMAR!!!!!

Ao mesmo tempo. “Porr4! Ela é minha prioridade SIM!!!!!! E isso quer dizer que eu não sirvo pra ele tanto quanto ele, definitivamente, não serve pra mim“.

Foi um processo difícil, talvez um dos mais difíceis, parecia que eu tinha voltado ao tempo e estava voltando a acreditar naquela história machista que eu criei antes da separação. Mas eu sabia que era um livramento. Guardo as coisas boas, mas lembro de tudo isso porque ao menor sinal de desinteresse (seja em mim como mulher ou como mãe), eu sempre vou escolher a mim e a minha filha. Sempre.

Pode ser que você não ache a tampa da sua panela, ou a metade da sua laranja seja um limão. Mas acredite que o mais importante dessa sua vida é você! Se você não estiver bem e feliz, você não fará ninguém feliz.

Beijinhos

Lívia Haddad / Mães de Jundiaí

https://www.instagram.com/liviahaddad_ofc/

Autor Livia Haddad

Mãe da Beatriz. Fundadora e editora do Portal Mães de Jundiaí. Jornalista, radialista. Fundadora e líder da comunidade Mães de Jundiaí no Facebook.

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