Gestores escolares devem oferecer ferramentas de inclusão a alunos autistas

Os anos de experiência como psicólogo e especialista em autismo de Damião Silva, hoje, diretor pedagógico do Instituto Transfformare, comprovaram que, quando uma escola apenas recebe um aluno autista, ela não garante, nem de longe, sua aprendizagem. É preciso incluir.

“Planejamento é fundamental. O colégio precisa criar ferramentas que facilitem e garantam a permanência do aluno no meio”, destaca.

Com o volta às aulas, vale lembrar que essa visão é compartilhada pela legislação federal. O art. 28 da Lei Brasileira de Inclusão prevê mais de uma dezena de obrigações legais as instituições de ensino.

O advogado, servidor público do Estado do Paraná e palestrante, Denner Pereira, enumera algumas delas. “Os deveres da escola vão desde o aprimoramento dos sistemas educacionais que eliminem as barreiras, passando por oferta de educação bilíngue em libras e português, atendimento educacional especializado com formação e disponibilização de professor especialista, até a oferta do ensino em sistema Braille, sempre em busca desenvolver a autonomia e a participação de todos os estudantes”.

O que levar em conta

Escolher a escola ideal para o aprendizado de um filho não é uma tarefa fácil, especialmente para famílias com crianças com deficiência. Mas, além desta decisão, é essencial que os pais acompanhem, de perto, se e como o colégio tem realizado a inclusão e desenvolvimento deste aluno.

“Já no início do ano letivo, os pais precisam observar quais são as possibilidades que a escola oferece para que seu filho de desenvolva, se o conteúdo está sendo adaptado e o Plano Educacional Individualizado está sendo cumprido. Tudo para proporcionar que aquele aluno protagonize sua vida escolar”, destaca Damião. “Em caso de necessidade comprovada, a escola precisa oferecer ainda um professor auxiliar que seja um mediador do processo de ensino e aprendizagem”. 

Em adaptação

Nos primeiros dias de aulas, pais e educadores devem trabalhar em conjunto – cada um cumprindo seu papel.

Para os pais, fica a tarefa de explicar ao filho o que é a escola, o que ele vai fazer lá e passar confiança ao dizer que existem pessoas que podem ajuda-lo naquele local.

Aos professores, apresentar a escola e propor atividades lúdicas e em grupo nos primeiros dias é fundamental. Manter o objeto de apego da criança com TEA por perto também é importante e facilita a adaptação.

“O início das aulas representa uma mudança de rotina drástica. É importante que a família e a escola organizem essa mudança de forma planejada para que não haja prejuízos futuros”, ressalta o especialista.

“Acredite na capacidade das crianças de se adaptarem, umas com mais facilidade, outras com mais dificuldade. Mas acredite”, finaliza. 

Autor Redação Mães de Jundiaí

Redação Mães de Jundiaí

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