O espetáculo não pode parar

Marcos Frota, ator e um dos responsáveis pelo Circo dos Sonhos

“Deus existe, mas se manifesta no outro. Para isso a gente precisa ter sensibilidade, imaginação e, acima de tudo, espiritualidade. Esses são os três temas que trabalhamos aqui no Circo dos Sonhos”. Dessa forma o ator Marcos Frota, um dos grandes nomes circenses do país, reforça a importância de despertar o imaginário das crianças, acompanhando as inovações tecnológicas do mundo.

Aliás, o tema do espetáculo é exatamente este: uma criança que não desgruda do videogame, até o aparelho entrar em curto circuito e sua tela dar lugar a um portal que a leva à fronteira da realidade e da ilusão. E é onde ela pode encontrar mágicos, malabaristas, palhaços e contorcionistas, além de toda trupe que faz do picadeiro uma grande atração. “A imaginação ainda é o grande combustível de todas as nossas ações. As crianças estão num novo tempo, numa nova geração, mas não podem perder a capacidade de se emocionar e se sensibilizar. É isso que vai dar a eles a condição necessária para interagir com o outro”, afirma o ator.

O resgate do lúdico e das emoções que o circo promove emociona os filhos, mas encanta também os pais. A professora Erica Candelori Pantojo conta que não tinha boas lembranças do circo. “Eu lembrava daqueles globos da morte, os elefantes. E nunca mais tinha ido a outro”, conta ela que levou a pequena Manuela, de 3 anos. “Foi a primeira vez dela em um circo e ficou bastante entretida, adorou”, disse a professora na esperança de memórias mais alegres.

Para a farmacêutica Mariana Gonzalez dos Santos, que levou sua filha Giovana de 4 anos, o espetáculo ficou mais lúdico sem os bichos. “Não sentimos falta dos animais e a atenção fica realmente focada nos artistas”, ressalta.

E animais no circo, além de serem proibidos no Brasil pela Lei Federal 10.220, não são mais atrativos para pais e filhos. O espetáculo é mais teatral e  preserva sua identidade. É o que afirma o ator Marcos Frota, ressaltando que o clima brasileiro não oferecia ao animal a condição básica necessária de permanecer nas jaulas, em viagens, participando dos espetáculos circenses. “Provocou uma revolução! O circo teve que ir atrás de uma nova estética, uma nova linguagem. Veio a música, a dança, a iluminação, os efeitos especiais e, principalmente, a formação de uma nova geração de artista já com essa nova mentalidade”.

Ele ainda garante que para preservar a arte e o segmento artístico é a reinvenção. “Isso foi o que aconteceu e o Circo dos Sonhos é um símbolo disso. É possível fazer um circo teatralizado com alguns conceitos e desenvolver alguns conteúdos que não deixam de ser interessantes”.

A trupe circense fica em Jundiaí até dia 23 deste mês (dezembro/2017) e os ingressos variam de R$15 a R$40.

Autor Livia Haddad

Mãe da Beatriz. Fundadora e editora do Portal Mães de Jundiaí. Jornalista, radialista. Fundadora e líder da comunidade Mães de Jundiaí no Facebook.

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