Nas gerações mais antigas, era comum ouvir “sua única responsabilidade é estudar”. Enquanto os adultos têm dezenas de compromissos e responsabilidades, parece que ir para a escola é a única obrigação de crianças e adolescentes. Mas, afinal, como ensinar para mentes tão imaturas sobre algo tão complexo, quanto o senso de responsabilidade?
De acordo com a neuropsicopedagoga, Viviani Zumpano, parceira da NeuroKinder, a responsabilidade é algo que deve ser ensinado desde cedo. “É um erro pensarmos que o único compromisso da criança ou do adolescente é estudar. Afinal, quem na vida é responsável apenas por uma única coisa? Portanto, antes mesmo da vida escolar, os pais podem começar a dar noções de responsabilidade para a criança”.
A responsabilidade deve ser inserida de forma gradativa, começando com as pequenas coisas e aumentando na medida em que a criança cresce.
“Uma das primeiras responsabilidades é o autocuidado. Calçar um sapato, lavar as mãos, guardar os brinquedos, se enxugar no banheiro e assim por diante. Depois, a criança pode ajudar nas tarefas de casa, como regar uma planta, dar comida para o animal de estimação, etc. Ou seja, cuidar de si, cuidar do outro, do ambiente, dos objetos e assim por diante. Isso contribui substancialmente para o aprendizado da responsabilidade”, comenta a especialista.
Volta às aulas x responsabilidade
Este é o momento perfeito para falar sobre responsabilidade, já que as aulas estão prestes a começar. Uma das principais dúvidas dos pais é sobre o horário de acordar, por exemplo. De acordo com Viviani, ficar responsável pelo horário de acordar é uma atribuição mais complexa, que pode ser dada a partir dos 11 anos. Nesta idade, os pais também podem incentivar que a criança ou pré-adolescente já faça seu próprio lanche, por exemplo.
Material escolar
Essa é uma outra responsabilidade importante. Os pais podem etiquetar o material, mas a criança precisa ter o comprometimento de manter os livros, cadernos e demais objetos em ordem, limpos e organizados. “As crianças são distraídas por natureza, mas a partir dos oito ou nove anos, os pais podem exigir um maior cuidado com o material escolar, evitando danos, extravios ou até mesmo esquecimentos”, diz Viviani.
Recompensas x reforço positivo
Outra dúvida recorrente dos pais é sobre recompensar ou não o bom desempenho na escola. “Eu não recomendo dar presentes ou outro tipo de recompensa quando a criança passa de ano ou tira notas boas. O correto é reforçar de forma positiva, valorizando sim o esforço com os estudos, mas sem associar isso a presentes, viagens, etc.
Faça o que eu faço
Não é novidade que as crianças copiam os comportamentos dos pais, principalmente. Então, não adianta cobrar aquilo que você não faz. Os pais precisam dar o exemplo.
“Palavras se perdem no vento, atitudes não. Os pais precisam também assumir a responsabilidade de serem pais e mães, cumprirem seus papéis, dar limites, cobrar e, claro, valorizar os bons comportamentos. Isso faz parte da vida e é essencial para o amadurecimento das crianças e para que elas entendam o que é responsabilidade, lembrando que onde não há comprometimento, não há crescimento”, conclui Viviani.
Com informações da Assessoria de Imprensa