Seu filho acordou chorando. Você chega perto da cama e o vê sentado, de olhos abertos, um semblante aterrorizado, chorando ou gritando, emitindo sons de difícil interpretação. Você tenta acalmar, mas ele parece estar em outro lugar, não te reconhece.
Essa é uma cena que assusta muitos pais, mas o terror noturno não representa nenhum risco para o desenvolvimento das crianças. É o que garante a pediatra Dra. Daniela Cunha que explica a diferença dessa crise de um sonho ruim. “O pesadelo acontece durante o que chamamos R.E.M (movimento rápido dos olhos), já no fim da madrugada, e a criança costuma acordar depois deste sonho. O terror noturno ocorre logo nas primeiras horas do sono, antes de atingir o R.E.M. Dificilmente ela acorda por conta própria”, explica a especialista que também é articulista do Portal Mães de Jundiaí.
É mais comum na infância. Entre 10% a 15% das crianças tem pelo menos um episódio de terror noturno por ano. As crises podem ocorrer em bebês a partir de 9 meses e a estimativa é que 3% das crianças entre 3 e 6 anos tenham episódios de terror noturno.
Falta de rotina ou muita agitação antes de dormir podem colaborar para esses episódios noturnos, que geralmente duram de 5 a 30 minutos. Quando acaba, a sensação é que nada aconteceu e, ao acordar, a criança não se lembra de nada.
E como reagir quando a criança tiver passando por uma crise? A pediatra avisa que não se deve acordar o filho durante a manifestação do terror noturno. “Reflexo disso serão eventos mais frequentes e prolongados. A dica é ter paciência e esperar que o momento passe até ele voltar a dormir, de forma natural”.
E ser paciente parece mesmo ser a chave para passar por isso, pois não há tratamento. “O terror noturno é uma atividade anormal do sono que tende a desaparecer com crescimento da criança, antes da adolescência”, garante Daniela.