Setembro Amarelo: confira dicas para identificar sinais de depressão

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Chamar a atenção para a campanha “Setembro Amarelo” se tornou ainda mais importante devido à pandemia causada pelo Covid-19. O período dedicado à prevenção e conscientização do suicídio ganha força, porque o isolamento social, a angústia gerada pelo medo da contaminação e a perda de entes queridos têm gerado aumento expressivo nos casos de depressão, crises de ansiedade e pânico.

Segundo a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Em 96,8% dos casos há relação com transtornos mentais, como doenças relacionadas a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Para o coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Alexandre Capeletto, a maioria dos suicídios pode ser prevenido. Para isso é importante estar alerta quanto a eventuais sinais verbais ou comportamentais. “Ficar de olho nas redes sociais também é uma maneira de entender como anda o humor de um familiar. Assim, a atenção sobre falas de querer morrer, sentir grande culpa ou vergonha e até de se sentir um fardo para os outros devem ser levadas em consideração”, diz.

De acordo com uma pesquisa recente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os casos de ansiedade e estresse neste período de quarentena tiveram aumento de 80%. Outro levantamento feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e Unicamp, chegou a conclusões semelhantes. Foram entrevistadas cerca de 45 mil pessoas. Grande parte desse grupo, 40%, disse ter sentido tristeza ou depressão, e 54% se declararam ansiosos/nervosos com frequência.

O especialista da Anhanguera afirma que mudanças comportamentais, como fazer planos ou pesquisas sobre maneiras de morrer, afastar-se dos amigos, dizer adeus, distribuir itens importantes ou fazer testamentos, assim como fazer coisas muito arriscadas, mudanças extremas de humor, comer ou dormir muito ou pouco e usar drogas ou álcool com mais frequência são sinais para um possível suicídio.

O psicólogo diz que falar sobre o tema ajuda a pessoa a se sentir menos angustiada. “Não caia na armadilha quando dizem ‘quem quer se matar, não dá sinais’ ou ‘se está falando em se matar, nunca fará isso’. Muitas vezes falam e fazem, sim”, diz.

Capeletto afirma que o diagnóstico precoce e o tratamento de transtornos mentais, como a depressão e uso abusivo de álcool e outras drogas, são essenciais para a prevenção do suicídio, assim como o contato com pessoas que já tentaram tirar a própria vida. “O apoio psicossocial nas comunidades também é muito importante para o aconselhamento nesses momentos”, comenta.

Ele ressalta que ao sentir vontade de tirar a própria vida ou suspeitar algo sobre alguém é preciso procurar ajuda profissional o mais rápido possível.

Confira algumas dicas a seguir:

– Fale com um médico;

– Faça terapia;

– Se perceber que alguém está mal, converse sobre o assunto e acolha;

– Procure associações que promovam encontros com quem passa pela mesma inquietação;

– Evite estresse e ocasiões que levem a angústia e a depressão;

– Ao perder o interesse por atividades que antes apreciava, fique em alerta;

– Dormir em excesso ou insônia podem ser sinais de depressão;

– Consulte um profissional da saúde ao se sentir mal emocionalmente, não sinta vergonha por isso.

Autor Redação Mães de Jundiaí

Redação Mães de Jundiaí

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