“Uma gravidez não substitui a outra, uma pessoa não substitui outra. A mãe pode ter dez filhos, mas ela sempre vai se lembrar disso”, reflete Marisa Lima, especialista em cuidados paliativos.
“A biografia da mulher é o primeiro passo a ser dado, porque é muito importante entender o caso como um todo. O porquê ela quis ficar grávida, como foi, etc. Muitas mulheres se perguntam: ‘porque aconteceu comigo?’. O acolhimento à essa mãe é muito importante. Depois, deve-se trabalhar o enfrentamento e, por último, a esperança. Essas são as diretivas do cuidado paliativo com mães que perderam os seus bebês prematuramente, como aconteceu nesta madrugada com a esposa de Whindersson Nunes”, diz Marisa.
‘’Ela pode ter depressão, precisa ser medicada por um especialista. Quem cuida do dia a dia é o psicólogo. O enfermeiro vai orientá-la nessa questão dos cuidados clínicos. E o assistente social, trará a esperança. Não existe cuidado paliativo sem uma equipe multidisciplinar: assistente social, enfermeiro, psicólogo e o médico’’, explica.
Marisa ainda menciona sobre a importância do apoio nesse processo de luto, porque a mulher tem que vivenciar cada passo para alcançar um recomeço. ‘’A mulher tem que finalizar esse ciclo. O necessário é fazer um estudo genético para saber o que aconteceu de fato. Sempre fazer um check up antes de engravidar. Temos que usar essa tecnologia ao nosso favor’’, pontua.
“Ela pode ficar grávida de novo. Mas o primeiro passo é enfrentar esse processo. O corpo está pronto porque foi feita uma curetagem. O útero vai passar 40 dias pelo processo de degeneração das paredes, mas ele está limpo, não há nada que possa atrapalhar uma fecundação. Sem falar que ela ainda tem uma taxa de hormônios que ainda está alta e isso acaba possibilitando a questão da ovulação e fecundação”, finaliza a especialista.