Considerada o mal do século pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão já desponta como a terceira doença mais comum em adolescentes. Dados do Ministério da Saúde revelam que, aproximadamente, 60% dos adolescentes abordados em consultas médicas relatam ter sentimentos de depressão, com frequência maior entre as meninas.
A psicóloga Adriana Cabana, do Grupo Prontobaby, aponta que a depressão aparece com sintomas físicos e dependência emocional nesses jovens.
“Pais atentos
percebem que algo não vai bem com a criança. No entanto, é preciso o olhar de
um especialista para diagnosticá-la, já que pode se manifestar de diferentes
maneiras, com sintomas de insegurança, ansiedade, agitação ou
agressividade”, comenta.
Mas como
identificar possíveis sinais da doença? Adriana esclarece a seguir. Confira:
Existem fatores
que aumentam o risco de quadros depressivos em crianças?
Sim, a
hereditariedade, patologias orgânicas, como tumores cerebrais e uso de drogas,
além de problemas sociais e familiares que a criança pode estar vivenciando.
Filhos de pais
depressivos correm maior risco de apresentar o problema?
Sim, por isso a
importância de buscar a ajuda de um especialista quando se observa a mudança de
comportamento. No entanto, é importante ressaltar que isso não é uma regra.
Filhos de pais depressivos não necessariamente desenvolvem depressão.
Como você
diferencia a depressão dos transtornos de hiperatividade e atenção?
São transtornos que
têm cursos diferentes. A perda da atenção na depressão se dá como um sintoma
secundário, já no TDAH, esse sintoma é primário e principal.
Quais são as
características do sono da criança deprimida?
A criança com
depressão pode manifestar o excesso de sono, acompanhado de uma expressão mais
entristecida ou, por vezes, insônia. Ela ainda tende a apresentar medo do
escuro ou de dormir sozinha.
Existe alguma
diferença entre o quadro clínico da depressão infantil e da depressão na
adolescência?
Segundo a Sociedade
Brasileira de Pediatria, a manifestação clínica mais comum é representada pelos
sintomas físicos, como dores de cabeça e abdominais, fadiga e tontura. Essas
queixas físicas são seguidas por ansiedade. Já na adolescência, os sintomas são
mais próximos aos dos adultos, como tristeza, esgotamento afetivo e social e
transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.
Como deve ser o
comportamento dos pais diante de um filho com depressão?
Os pais precisam
estar atentos e, também, é fundamental que se desprendam de preconceitos como o
de que psicólogo ou psiquiatra são para adultos ou portadores de transtornos
mentais clássicos. O acompanhamento profissional, mesmo na infância, é
fundamental para tratar a doença.