Levantamento do IBOPE mostra que pais participam pouco das atividades de cuidado com as crianças, mas têm consciência do cenário e querem contribuir mais
No Brasil, metade dos homens participam ativamente de atividades relacionadas ao cuidado com os filhos e a maioria deseja fazer mais pelos pequenos, se responsabilizando por mais tarefas. É o que revela uma pesquisa nacional realizada pelo IBOPE, para retratar a participação dos pais nas tarefas diárias de cuidado com os bebês e estimular o envolvimento dos homens nessas rotinas, a fim de fortalecer o vínculo com seus filhos promovendo o bem estar de toda a família.
O levantamento avaliou as percepções de mães e pais de crianças de até cinco anos sobre si mesmos e sobre seus respectivos parceiros em relação à participação nessas atividades. Os resultados revelam algumas diferenças entre a autoavaliação dos homens e a visão das mulheres, que executam as tarefas em maior quantidade e frequência.
Segundo a pesquisa, metade das mulheres entrevistadas (50%) afirmaram ter a colaboração do pai nos cuidados com os filhos, 39% contam com a ajuda de sua rede de apoio (familiares ou babás) e há ainda 22% delas que afirmam cuidar de seus filhos completamente sozinhas.
Já para os homens, 96% consideram que tem papel ativo nos cuidados com seus filhos e 74% acreditam que poderiam se responsabilizar ainda mais pelas tarefas.
Entre as principais atividades que estão, predominantemente, sob responsabilidade exclusiva do pai, estão: brincar (76%) e realizar atividades de lazer como ir a parques ou cinema (55%). No caso das mães, as principais atividades que estão, na maioria das vezes, sob sua responsabilidade exclusiva, são: acompanhar e agendar consultas médicas (88%), alimentar e preparar refeições (84%), colocar para dormir (83%), dar banho (82%), atender aos choros e acordar durante a madrugada (82%), escovar os dentes (75%), entre outras. A pesquisa mostra que, mesmo com os avanços nas discussões sobre parentalidade, ainda há um caminho a ser percorrido em relação ao que mães e pais realizam na rotina de cuidados com seus filhos.
“A paternidade ativa é uma temática extremamente relevante para nós, pois sabemos como a participação dos homens pode ser transformadora no contexto familiar, contribuindo para a formação emocional da criança, comenta Cristina Hegg, gerente de categoria na Bayer Consumer Health, que completa: “Por isso procuramos nos aproximar desses pais, incluindo-os de maneira natural nas rotinas de cuidados com os bebês e, como consequência, tornando os pais mais ativos, contribuindo assim com a construção de vínculos únicos com seus filhos”.
Quando o assunto são os 3 primeiros meses de vida do bebê, período de maior adaptação das famílias, os dados são ainda mais expressivos: 90% das entrevistadas disseram que elas mesmas trocavam a fralda do bebê durante a madrugada e 73% das mulheres afirmarem ter sido as maiores responsáveis pelos cuidados com o bebê. No caso dos homens, 58% afirmaram que dividiram a tarefa igualmente com as mães ao longo do período.
A pesquisa também apontou que, 96% dos entrevistados (tanto homens, quanto mulheres) declararam que concordam que a responsabilidade da mãe e do pai deve ser igual. Os homens que acreditam que os cuidados com os bebês é uma responsabilidade exclusiva das mulheres são apenas 16% da amostra. O estudo mostrou ainda que 75% dos pais e 70% das mães acreditam que as mulheres nascem com instinto apurado para cuidar de crianças.
Impactos da pandemia no cuidado com os filhos
A pandemia da Covid-19 no Brasil afetou muito a rotina das famílias. Também de acordo com os dados da pesquisa, 69% das mulheres e 60% dos homens sentem o aumento de suas próprias responsabilidades com os filhos durante a pandemia. Além disso, 59% dos homens e 48% das mulheres também relataram ter sentido esse aumento em relação às responsabilidades de seus parceiros junto às crianças. Pais e mães estão tendo que encontrar uma forma de se apoiar e dividir as tarefas durante o período de isolamento social.