Volta às aulas bateu na porta (e nas redes sociais) de todos nestes últimos tempos e achei pertinente trazer um tema para reflexão: o bullying escolar.
Ano passado tive a oportunidade de participar de uma palestra incrível que me instigou a refletir sobre o bullying escolar e o nosso papel, como pais, na prevenção e combate ao bullying.
Acho importante começarmos com um pouquinho de conceito: “bullying é um termo da língua inglesa (bully = valentão) e configura-se por um conjunto de atitudes agressivas, realizadas de maneira consciente por uma ou mais pessoas, de forma repetitiva e sem motivo concreto, configurando uma relação desigual de poder” (FANTE & MARTINS, 2005).
Em todo caso de bullying, mesmo naqueles cuja agressão é velada, encontraremos sempre 3 personagens: a vítima, o agressor e os espectadores. A vítima típica é geralmente aquela criança ou adolescente mais tímido, com poucos amigos, com alguma característica física ou intelectual marcante (aqui você encontra um infográfico que te ajudará a identificar vítimas de bullying. Vale a pena dar uma conferida!). O agressor típico é aquele que tem necessidade de demonstrar poder perante o outro, controlando e reprimindo a vítima. Acredito que a maioria de nós conseguiria descrever estes personagens de maneira muito parecida. Mas e o espectador? Você já havia se dado conta deste elemento em cena?
O espectador é aquele que presencia toda a situação de agressão mas se cala, seja por falta de empatia ou por medo de se tornar uma próxima vítima. Com esta postura, o espectador valida o comportamento do agressor. Ele é palco. É para ele que que o agressor demonstra seu poder. E sim, espectadores são a maioria neste processo.
Ainda bem! Porque tomar consciência deste personagem me fez compreender que numa situação de bullying, TODOS temos ação e responsabilidade. Não são só os pais de vítimas e agressores que tem papel ativo no processo. Todos temos. Nós, pais, devemos mostrar a nossos filhos que NÃO: não é certo agredir o outro para se sentir mais poderoso; não se deve aguentar piadas e ofensas disfarçadas de brincadeira na ilusão de que isto te fará crescer mais resiliente; não é honesto se omitir por medo.
E se frente ao bullying todos temos um papel, o que podemos, como pais, começar a fazer hoje para sermos também ativos no combate e prevenção ao bullying? Gosto de relembrar três pilares básicos para a construção de relações fortes e saudáveis: manter o diálogo aberto com nossos filhos, em todas as áreas da vida; exercitar a comunicação consciente em nosso dia a dia e amar nossos filhos, acima de qualquer coisa, pois um ambiente afetuoso e respeitoso é fundamental para educação emocional de nossos filhos, formando assim indivíduos capazes de atuar para a construção de uma sociedade mais justa e transformadora.
Espero ter colaborado um pouquinho com esta reflexão tão necessária!
Um beijo e até o próximo mês!