O descarte de lixo em ralos, pias e vasos sanitários pode trazer problemas ao município. Além de entupir as redes coletoras, esses itens chegam à Estação de Tratamento de Esgoto de Jundiaí (ETEJ), podendo comprometer os equipamentos que realizam o serviço, interferindo na proteção da saúde pública e preservação do meio ambiente.
A coordenadora de meio ambiente da Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ), Ana Paula Fernandes Abrahão, explica que descartar produtos inflamáveis, remédios, tintas, óleo de cozinha, absorventes e preservativos de forma inadequada são atitudes ainda constantes. “Infelizmente recebemos grandes quantidades desses resíduos na ETEJ. Só ano passado cerca de 300 toneladas de lixo chegaram pela rede de esgoto. Portanto, ao destinar esses produtos adequadamente o cidadão contribui para a eficiência do tratamento e, indiretamente, para a qualidade do Rio Jundiaí”.
A média de tratamento de esgoto na ETEJ é de 1,25 mil litros por segundo. “São recebidos por dia aproximadamente 115 milhões de litros e a eficiência no tratamento é de cerca de 96% de remoção de carga orgânica”, afirma.
Reclassificação do Rio Jundiaí – Ana Paula ressalta que a recuperação do Rio Jundiaí vem sendo intensificada nos últimos vinte anos, sendo que o descarte adequado dos resíduos e o tratamento do esgoto coletado contribuem consideravelmente para isso. “É um trabalho a longo prazo, mas que está dando resultado. Com a reclassificação do rio, de 4 para 3, nasceu a possibilidade de torná-lo uma fonte hídrica a ser usada para abastecimento público quando necessário. Outro grande indício de que os esforços estão surtindo resultados positivos é o retorno de vários peixes, entre eles o peixe Jundiá, que deu nome ao rio e à cidade”.
A especialista ainda esclarece que o tratamento adequado reduz os índices de doenças causadas por águas contaminadas, melhorando a qualidade de vida de todos. “A CSJ trata 100% do esgoto coletado, removendo substâncias que poderiam contaminar os rios e provocar a morte de organismos aquáticos”, conclui.