É o que disseram pesquisadores da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos, durante apresentação de um novo estudo no Congresso Americano de Reprodução Humana (ASRM 2018), que aconteceu entre 6 e 10 de outubro, em Colorado (EUA). Os estudiosos afirmaram que as mulheres que dormiam em horários mais regulares levavam menos tempo para engravidar do que aquelas que dormiam menos.
Os pesquisadores mostraram que a alteração cronológica do sono está associada ao aumento de tempo para engravidar, ou seja, dormir cerca de 7 a 8 horas regularmente e na mesma hora diminui o tempo de espera para engravidar. Sabe-se que a produção hormonal e a saúde estão associadas a bons hábitos, como dormir bem, ter uma alimentação equilibrada, atividade física e intelectual. Este estudo foi conduzido em 176 pacientes. Os resultados mostraram que, ao final de 1 ano, 75 pacientes já tinham engravidado espontaneamente desde o início do estudo. A pesquisa também considerou o índice de massa corpórea, o tempo de sono e o número de vezes que as mulheres acordavam durante a noite.
Outra pesquisa recente, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, revelou que o útero tem seu próprio relógio biológico, que deve estar em sintonia com o relógio biológico do corpo da mãe para criar condições ideais ao crescimento e desenvolvimento fetal, e o sono é considerado parte fundamental dessas circunstâncias.
“A mulher que está tentando engravidar e não consegue naturalmente, precisa estar atenta também ao bom funcionamento do seu organismo em geral. Se ela já apresenta alguma dificuldade para engravidar, mais uma alteração pode reduzir suas chances de ter um filho. Manter o sono regular proporciona níveis ideais de hormônios, que são essenciais ao bom funcionamento do corpo”, afirma o Prof. Dr. Philip Wolff, embriologista e diretor da Genics Medicina Reprodutiva, que esteve presente no Congresso Americano de Reprodução Humana (ASRM 2018).
Para o Dr. Ricardo Luba, ginecologista e obstetra com foco em atuação em reprodução humana – que também participou do ASRM 2018, o estudo apontou a importância do sono no ciclo hormonal e a redução do estresse em mulheres em tratamento de reprodução humana. “É claro que não é uma condição isolada a ser levada em consideração, mas dormir adequadamente é muito importante na saúde reprodutiva, não só da mulher como do homem”, afirma o especialista.
“Hábitos saudáveis, como a prática de atividade física regular, alimentação equilibrada e manter boas noites de sono vão fazer com que seu organismo seja mais saudável de forma geral. Sem esses hábitos, é provável que o corpo reaja negativamente, alterando os níveis hormonais – um desiquilíbrio que prejudica não só a fertilidade, mas promove baixa imunidade e doenças oportunistas, como estresse, ansiedade e depressão, provenientes da vida agitada que costumamos levar”, alerta o Dr. Philip.