A cada momento um tipo de alimento ou suplemento nutricional entra na moda.
Provavelmente você já deve ter ouvido falar no óleo de coco. Muitas pessoas passaram a
cozinhar com ele, ingerir puro e até em cápsula, pela suposta promessa de fazer bem à
saúde. Diferentemente de outros óleos vegetais, ele é rico em gordura saturada – tipo de
gordura presente na carne vermelha, por exemplo – e pode aumentar a concentração de
colesterol do sangue.
Um estudo científico recente concluiu que o consumo de óleo de coco resulta em
valores de colesterol LDL (o colesterol ruim) mais altos que outros óleos vegetais, e que não
altera significativamente a glicemia, a inflamação e nem a quantidade de gordura corporal.
O colesterol ruim – LDL- se deposita nas artérias e pode formar placas, que a longo prazo
podem gerar infarto ou AVC.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO)
posicionaram-se contra a utilização do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento,
pela falta de evidências científicas sobre sua eficácia, e por apresentar potenciais riscos à
saúde. Também não recomendam o seu uso como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor
de gorduras saturadas e pró-inflamatórias.
Para cozinhar, o indicado são os óleos vegetais com maior teor de gorduras
insaturadas como soja, oliva, canola e linhaça, sempre com moderação.
Texto enviado pela Nutricionista Emanuelli Braga, parceria SOU Mães de Jundiaí
Fontes:
Neelakantan N, Seah JYH, van Dam RM. The Effect of Coconut Oil Consumption on Cardiovascular Risk Factors: A Systematic Review and Meta-Analysis of Clinical Trials. Circulation. 2020 Mar 10;141(10):803-814. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.119.043052.
Epub 2020 Jan 13. PMID: 31928080.
https://www.endocrino.org.br/media/uploads/posicionamento_oficial_%C3%B3leo_de_coco_sbem_e_abeso.pdf