Muito se fala sobre o coronavírus e os seus riscos, até o momento não há relato de serem mais suscetíveis, mas durante a gestação, algumas alterações naturais no organismo podem favorecer a queda da imunidade da gestante, e por essa razão não devem se colocar em situações de risco. O isolamento social é válido para todos, e mulheres que acabaram de dar à luz não são exceção, porém, a boa notícia é que estar na fase de amamentação é a melhor coisa para seus recém-nascidos.
Segundo a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o leite materno tem, naturalmente, uma função protetora e imunomoduladora – ou seja, que altera o sistema imunológico conforme a necessidade do organismo.
“Diariamente ele modifica sua composição para proporcionar nutrientes e componentes específicos adequados a cada idade e situação”, explica a especialista. “Ele é balanceado e possui todos os nutrientes essenciais, fatores bioativos, componentes anti-inflamatórios, entre outros, para contribuir com o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, assim como a maturação do trato gastrointestinal, o que comprovadamente contribui com a imunidade.”
Por isso, considerando a fase complicada que vivemos agora, manter o bebê em aleitamento é a melhor prevenção que ele poderia ter. Fórmulas infantis, compradas prontas ou feitas em casa, não oferecem a mesma proteção que o leite materno, que estimula a imunidade da criança não só enquanto ela mama, mas também por algum tempo após o desmame.
Se a mamãe tiver, por exemplo, um resfriado ou uma gripe enquanto amamenta deve fazer uso de máscara, as chances desses vírus serem transmitidos para o bebê através da amamentação são grandes. Porém, o mesmo acontece com os anticorpos desenvolvidos pela mulher para combater essa doença, o que não só estimula, como garante que o bebê desenvolva imunidade à doenças semelhantes.