Você já se sentiu mal, por estar tanto tempo dentro de casa, com os filhos, bagunçando, e ao mesmo tempo bem, por estar acompanhando de perto o desenvolvimento deles, e fortalecendo vínculos? Então temos algo em comum.
Quem sou eu?
Assim como tantas outras pessoas, durante a pandemia do coronavirus, tive que me reinventar e foi daí que surgiu a ideia do perfil “Brincar em Casa”.
Eu sou uma daquelas mães que não puderam receber visitas, quando o bebê nasceu, que fez inúmeras videochamadas para a família acompanhar o meu bebê, crescendo, e que percebeu que o isolamento social estava trazendo alguns prejuízos para meu filho.
Mas ao invés de notar só os prejuízos, eu também fiz questão de declarar ao mundo, como estava sendo bom, ter o pai e a mãe convivendo com ele, 24 horas. De estar participando ativamente de todos os momentos do desenvolvimento dele, de vê-lo crescer e se transformar. E que eu, como mãe e pedagoga, poderia usar tudo o que eu sei, todos os meus anos de experiência com crianças, para otimizar o desenvolvimento do meu filho e ainda fortalecer nossos vínculos.
Então, foram horas e horas de pesquisas, bem como de leituras, que eu fiz para montar este perfil e contribuir com outros pais e mães que, talvez já estejam mandando os filhos para a escola, talvez não estejam mais em home office, mas não querem perder os vínculos que foram criados com as crianças dentro de casa. Desejam fazer parte do desenvolvimento deles de perto e contribuir com o trabalho feito pelas escolas.
Mais do que nunca, agora, todo mundo percebeu que o papel da escola é muito importante, mas o da família também é, e muito se pode fazer mesmo estando entre portas e janelas.
A realidade das Mães de Jundiaí
A partir do momento em que a pandemia do coronavírus foi decretada, as aulas foram suspensas, os parques interditados, passamos a trabalhar dentro de casa e todo o “lá fora” foi retirado da vida das crianças.
Inicialmente, as famílias se viram perdidas, com a rotina desestruturada, sem ritmo, compensando a falta do brincar com momentos excessivos de telas e os medos que até então, não existiam, passaram a estar presentes constantemente.
Aos poucos, as famílias que antes só se encontravam na hora de dormir, e foram obrigadas a passar um maior tempo convivendo, foram se reestruturando e descobrindo maneiras saudáveis de estarem juntas. Foram descobrindo novas rotinas, novas maneiras de se divertir e até de transformar a casa para que crianças e adultos pudessem aproveitar mais e melhor.
A casa, que antes era dos pais, voltada a momentos de descanso e conforto, agora está tomada por crianças que transformaram os cômodos em diferentes espaços do brincar.
E essa preocupação com os “espaços de brincar” não existia antes dessa convivência forçada. Os pais perceberam que as crianças precisavam de contato com a natureza e um quintal poderia ser a solução. Perceberam também, que as telas são um problema e que eles precisavam ser criativos para oferecer brinquedos e brincadeiras, que fossem tão interessantes quanto os desenhos na TV, e foi aí que os pais sentaram no chão e passaram a brincar com seus filhos da maneira que eles brincavam quando eram crianças.
Isso era tudo o que faltava para a educação.
Famílias conscientes e envolvidas com as tarefas da escola, valorizando o livre brincar, vendo e participando de perto das transformações dos próprios filhos.
É maravilhoso que a criança tenha o “brincar” como um escape, uma terapia que a cure de todos os males. Que ela possa desabafar seus sentimentos, gastar energia, extravasar sua raiva e seu medo. E que isso não acabe nunca. A pandemia, sim.
Para dicas e sugestões de brincadeiras dentro de casa, siga o perfil @brincarcasa no Instagram.
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