Subir na árvore, escalar, fazer uma trilha, descobrir o novo, despertar sentidos, recriar a infância. Com todas estas possibilidades, a Prefeitura de Jundiaí e a DAE apresentaram, nesta segunda-feira (14), o Mundo das Crianças, localizado na rodovia João Cereser. O espaço desponta com proposta inédita de integração entre a brincadeira, o aprendizado e o contato com a natureza, sendo resultado das iniciativas do programa municipal Cidade das Crianças.
A vistoria não foi aberta ao público, em razão da necessidade de cumprimento dos protocolos sanitários para prevenção do Coronavírus. De acordo com os administradores, até que haja condições epidemiológicas para a abertura, o local poderá ser visitado, após agendamento prévio, por grupos técnicos interessados em contribuir com a formulação de políticas públicas voltadas à infância.
Com acesso gratuito, a estrutura se diferencia e impressiona por reunir uma grande sala de aula em cima da árvore, além de um foguete de 10,5 metros de altura, símbolo do Mundo das Crianças, que, juntos, vão despertar as experiências sensoriais e o conhecimento dos pequenos. Também compõem o local 14 quadras, teatro ao ar livre, praças, pista de skate, parkour e ciclovia. Tudo isso também com o olhar para a preservação ambiental da represa de Acumulação, que fica no entorno e pode ser observada a partir de um mirante.
Membro do Comitê das Crianças, Gabrielle Ferreira Santos, 10 anos, conheceu o espaço acompanhada dos pais e do irmão e aprovou a estrutura. “Muito legal ver que crianças de todas as idades têm vez aqui. Fico feliz por ter participado do projeto porque gosto de ajudar a cidade”, conta.
Brinquedos para crianças com até 95 centímetros (altura máxima de uma criança de 3 anos) também compõem o cenário. Outra preocupação, também inédita, é a garantia de acesso universal, para que as crianças com deficiência possam aproveitar toda a estrutura, não somente em determinados brinquedos adaptados.
Cidade das Crianças
Na última semana, Jundiaí passou a integrar oficialmente a Rede Urban95, iniciativa da fundação holandesa Bernard van Leer. O Mundo das Crianças fortalece as ações que proporcionaram reconhecimento mundial ao município para integrar o seleto grupo de 14 cidades do país envolvidas na rede brasileira que prioriza a Primeira Infância.
“O Mundo das Crianças foi projetado para ser o espaço onde nossas crianças definirão, de forma pessoal, o sentido da palavra lazer, aprendendo a importância de proteger a água e o meio ambiente. Isso coloca Jundiaí à frente de todas as cidades brasileiras”, afirma o prefeito Luiz Fernando. “Nosso objetivo é fazer com que as crianças se desafiem a buscar novas formas de brincar e possam com isso aprender brincando”, complementa.
Para Laís Fleury, coordenadora do projeto Criança e Natureza do Instituto Alana, a iniciativa integra o que há de mais importante: espaços públicos mais verdes, a valorização da natureza e o olhar para a primeira e a primeiríssima infância. “Ajudamos a construir este conceito aqui no Mundo das Crianças, para que todas elas tenham espaço, desde bebês.” Diretor presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, avalia que o espaço passa uma mensagem de cuidado. “Vemos aqui beleza, bom gosto e respeito às crianças. É uma grande obra”, diz.
Nesta primeira fase, o Mundo das Crianças conta com 170 mil metros quadrados. Foram plantados 120 mil metros quadrados de gramado e 12 mil mudas de plantas nativas e mais 1,5 mil mudas de plantas frutíferas (em três pomares) e plantas exóticas. Para a realização das obras foram também empregados 300 trabalhadores. Em outra fase futura, estão previstas intervenções em outros 330 mil metros quadrados de área, com matas e lagoas, o que totalizará ao espaço 500 mil metros quadrados totais.
“O espaço vem para ampliar a área de preservação da represa, a segurança hídrica do município e ainda desenvolver um papel preponderante com as crianças. Iniciativa que vai proporcionar a educação ambiental e estimular a coordenação motora, por meio de brincadeiras e o contato direto com a natureza, além de acolher as famílias em um espaço democrático”, avalia Palhares.