Este ano a associação socioeducacional sem fins lucrativos Casa da Fonte, que tem como mantenedora a Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ), completa 15 anos ajudando a fortalecer os dons de crianças, adolescentes, jovens e adultos que participaram das atividades.
A associação já recebeu em torno de 2.470 crianças e adolescentes, de sete a 17 anos, e 1.575 jovens e adultos nestes 15 anos de existência. Para os pequenos, oferecendo cursos de capoeira, ginástica, dança, reforço escolar, música, artes plásticas, oficina de emoções entre outros. Já os adultos têm a oportunidade de geração de renda aprendendo corte e costura, cabeleireiro, manicure e artesanato. “São alguns cursos que oferecemos para a população do entorno, para que eles possam enxergar as possibilidades além do bairro onde vivem”.
Para a diretora do projeto, Cristina Castilho, a história da Casa da Fonte se mistura à de muitas outras pessoas que passaram por ele. “Nossas memórias são inúmeras, mas recordo de um garotinho de gênio difícil, contrariado ele ficava bravo e ia embora, mas sempre pedia para voltar no dia seguinte. Foi aqui que ele se alfabetizou, mesmo estando na escola regular. Aos 16 anos teve sua primeira oportunidade de emprego por intermédio do nosso projeto e recebeu muitos elogios de seus superiores. O tráfico lhe ofereceu ‘serviço’, comentando sobre o quanto ganharia a mais. Agradeceu com cordialidade e justificou: havia passado pela Casa da Fonte e conhecia as consequências do ilícito”.
O diretor presidente da CSJ, Luiz Pannuti, conta que quando a CSJ estava terminando a construção da Estação de Tratamento de Esgoto de Jundiaí (ETEJ) em 1998, ele foi pessoalmente doar um computador para a escola mais próxima. “Esta colaboração foi sendo ampliada com as demais escolas e com cursos profissionalizantes, em parceria com a Fundação Cintra Gordinho. Em 2005 com a chegada da Cristina Castilho, fundamos a Casa da Fonte, que segue cada vez melhor e transformando muitas vidas de famílias do bairro”.
Cristina enaltece a importância da CSJ desde o início. “Foi pelo apoio da Companhia que completamos 15 anos mudando tantas vidas. Hoje a Casa da Fonte é uma ONG, o que nos possibilita outras parcerias como tem sido com a Mesa Brasil – SESC – Jundiaí e Gl Foods WorldWide”.
Comemoração na pandemia
Mesmo com o isolamento, o projeto não parou durante estes últimos seis meses. Foram entregues cestas básicas e kits de higiene pessoal e material de limpeza para famílias de alunos em situação de dificuldade, além de livros, gibis e brinquedos. As costureiras da oficina de costura confeccionaram mais de 16 mil máscaras com distribuição gratuita à população.
Foram disponibilizadas aulas diárias pelas redes sociais (Instagram, Facebook e Youtube), com distribuição de apostilas próprias de alfabetização, matemática, português e oficina de emoção. E foram mantidos alguns atendimentos presenciais na área de assistência social mantendo os protocolos de segurança necessários.
A Casa da Fonte não fará uma comemoração conforme estava nos planos inicialmente. As festividades tiveram que ser adiadas por conta da pandemia. Mas mesmo com todo este período de distanciamento, a ligação entre os alunos e o projeto é muito forte. “É interessante observar que quando eles passam pela rua, mesmo que o destino não seja do lado de cá, passam na nossa calçada para nos acenar. Perguntam sempre quando será possível voltar”.