A ansiedade, de forma geral, tem como função servir de “alerta natural”. Ou seja, funciona como um alarme que dispara em situações de ameaça ou perigo. No entanto, quando intensificada, principalmente no que diz respeito às crianças, acaba se transformando em um transtorno, podendo interferir no desenvolvimento e impedindo-as de realizar tarefas simples como dormir, ir à escola e, até mesmo, socializar com os colegas.
De acordo com a Associação Americana de Transtornos de Ansiedade, a incidência dessa condição em pessoas com idades entre 5 e 16 anos pode variar de 9% a 15%. “A ansiedade infantil pode ser ocasionada tanto por características do ambiente em que são criadas, quanto pela herança biológica. Em alguns casos, é comum pais ansiosos terem filhos com ansiedade infantil”, explica o Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP.
Dentre os sinais mais comuns dessa condição, estão a irregularidade de sono, problemas de relacionamento, alterações de humor, mal desempenho escolar e, em casos mais severos, quadros depressivos e crises de pânico. Fisicamente, o distúrbio pode causar palpitações, suor excessivo, dor no peito, falta de ar e dor de cabeça.
O tratamento compete às especialidades da psiquiatria e psicologia. “O uso da medicação depende da gravidade da patologia. Se é um quadro mais leve, se privilegia o acompanhamento psicológico. Caso não haja resposta, é indicado o acompanhamento com psiquiatra, declara o médico.
O especialista reforça ainda, a importância do apoio e atenção familiar nesse processo. “Propor atividades onde a família possa aproveitar um maior tempo juntos são uma ótima opção. Adotar exercícios de respiração e relaxamento, brincadeiras, além de manter sempre a paciência com a criança são fundamentais para um tratamento eficaz”, finaliza Dr. Nelson.
A seguir, confira algumas dicas de como ajudar a controlar a ansiedade:
• Demonstre apoio. Certifique-se de que o seu filho saiba que pode contar com você quando estiver em crise, por isso, se mantenha tranquilo para que ele possa expressar todos os seus sentimentos.
• Não crie expectativas. Evite falar sobre viagens, passeios, visita de algum familiar ou evento distantes.
• Questione. De forma sutil, tente descobrir o que originou o pico da ansiedade. Uma apresentação na escola? Uma prova? Seja qual for o motivo, converse e aponte possíveis cenários que podem vir a acontecer.
• Relaxe. Controlar a respiração é uma das técnicas mais antigas e eficaz, junto com a criança inspire por aproximadamente três segundos e expire por outros três.
• Treine a paciência. Chegaram a um compromisso antes da hora marcada ou aquele prato no restaurante vai demorar para ficar pronto? Incentive uma leitura ou brincadeira para que o tempo passe mais rápido.