Jundiaí tem, a partir das deliberações do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus (CEC), implementado a testagem da população para o Novo Coronavírus desde o mês de abril, com a certificação de laboratório que atende a rede de pública de Saúde para a realização dos exames de detecção do vírus Sars-CoV-2 e as testagens rápidas dos sintomáticos. Na sequência, o Inquérito Epidemiológico implantado abarcou, além das pessoas com sintomas, os assintomáticos – com a testagem feita em endereços sorteados -. Agora, a pesquisa alcança as crianças e gestantes atendidas nos equipamentos públicos conforme os parâmetros do estudo, estabelecidos pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e Hospital Universitário (HU).
A testagem da população tem sido ferramenta de destaque entre os países mais bem-sucedidos no combate à COVID-19. A Alemanha, por exemplo, testa 2,5% da população e é referência no enfrentamento à COVID-19. Jundiaí testará mais de 5% da população para mapear a circulação do vírus além de identificar outras questões como a transmissibilidade.
“Mapear o avanço da doença é a ferramenta para combater a pandemia. Jundiaí, a partir do CEC, se antecipa e investe em pesquisas paralelamente ao atendimento demandado pela COVID-19. Com o Inquérito Epidemiológico abrangendo as crianças e gestantes, será possível identificar circunstâncias para a contaminação pelo Novo Coronavírus que ainda não são conhecidas, como a transmissão de gestante para bebê e entre os familiares. São descobertas que auxiliarão o mundo todo”, argumenta o prefeito Luiz Fernando Machado.
A pesquisa tem por objetivo identificar a circulação da COVID-19 entre gestantes e seus recém-nascidos atendidos no Hospital Universitário, crianças e adolescentes menores de 18 anos atendidas na rede pública de Jundiaí, além das crianças do grupo integrante da pesquisa Zika Vírus, já realizada pela FMJ.
Ao todo serão avaliadas 200 gestantes em trabalho de parto, e 100 crianças acompanhadas pelo projeto Coorte Zika Vírus atendidas pela equipe do HU de Jundiaí e região, além de 500 crianças sintomáticas e assintomáticas da rede de Atenção Básica de Saúde de Jundiaí. De acordo com o coordenador da pesquisa e infectologista, professor da FMJ, Saulo Passos, a pesquisa é ampla e buscará dados em transmissão vertical e horizontal.
“Queremos saber como acontece a transmissão da COVID-19, por isso escolhemos grupos que ainda não contam com informações claras. Entre as gestantes, por exemplo, se positivadas antes do parto, terão coletados material da placenta e do cordão umbilical, para verificar se existe a transmissão classificada como vertical”, explica o professor, acrescentando que a doença será investigada também com os parentes dos casos positivos, para acompanhamento do período de transmissibilidade da doença e o potencial de transmissão. “De posse dessas informações é possível adotar medidas específicas, por exemplo, para a retomada das aulas”, aponta.
Público
As gestantes serão convidadas a partir do atendimento no HU, em busca do parto. No caso das mães ou crianças positivas para COVID-19, as famílias também serão testadas para identificar a o avanço do vírus e o potencial de transmissão. Já as crianças que fazem parte do projeto Coorte Zika, todas serão acompanhadas. Já as crianças e adolescentes serão convidadas a partir de atendimento na Rede de Unidades Básicas de Saúde de Jundiaí (UBSs), conforme os critérios estabelecidos pela pesquisa. “Não há agendamento para a realização do teste. São amostras da cidade, detalhadas por idade entre outros parâmetros, que serão convidadas a participar da pesquisa”, comenta o médico.
“Durante esta Pandemia, a Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) se torna uma grande parceira da Prefeitura Municipal de Jundiaí (PMJ), em especial neste Inquérito Epidemiológico, que vem sendo ampliado e por meio de um projeto de pesquisa do Prof. Dr. Saulo Passos, iniciou a testagem em crianças e gestantes”, explica o diretor da instituição, Prof. Dr. Evaldo Marchi.
O gestor da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS) Tiago Texera, explica que a implementação da fase faz com que o Inquérito Epidemiológico de Jundiaí se destaque. “As informações são fundamentais para o avanço da ciência e da sociedade. Conhecer o inimigo é o primeiro passo para se vencer uma guerra. O inimigo invisível Sars-CoV-2 ainda é novo e pouco se sabe sobre ele. Ajudar a avançar no conhecimento é colaborar para o avanço da humanidade contra a doença”, salienta.