Sempre tive uma admiração especial por Santo Antônio, o famoso santo casamenteiro. Era tradição todos os anos buscar um pedaço de bolo e ficar naquela torcida para encontrar a tão sonhada medalinha e conhecer o amor da minha vida. (acho que deu certo, vocês vão entender!)
Mas a minha devoção por ele, de fato, começou há três anos. Já tinha completado as 40 semanas de gestação, a ansiedade tomava conta da mamãe de primeira viagem, porque nada do Raul querer sair do forninho. Me programei para o parto normal, então aguardávamos o tempo do pequeno para vir ao mundo.
Porém, era impossível ter calma e tranquilidade nessa fase, pelo menos pra mim foi bem desafiador essa espera. Não conseguia distrair a cabeça com nada, só ficava pensando quando o Raul chegaria. Para ajudar, os amiguinhos de barriga já haviam nascido, o que aumentou ainda mais a minha preocupação e ansiedade.
Era junho de 2017, já estávamos naquela rotina de ir dia sim e dia não ao hospital, exames, toques e a notícia que desanimava: “podem voltar para a casa”. No dia 13, lembro como se fosse hoje, estava chovendo muito, a barriga explodindo, sugeri de irmos à festa de Santo Antônio, na igreja do Anhangabaú. Estava terminando uma das missas quando chegamos e fui direto ver a imagem dele. Ali, no meu cantinho olhei para o santo e prometi: “Santo Antônio, se o senhor me ajudar a trazer o Raul para esse mundo, prometo que seremos seus devotos e o trago para a sua missa por cinco anos”.
Sai da festa depois de comer um delicioso pastel e comprar o famoso bolo e voltei para a casa. Na madrugada do dia 14 eu comecei a sentir umas dores estranhas. Vinham e iam embora, passei a noite praticamente em claro, optei por dormir no sofá, estava com medo, não sabia se seria a hora. Eram dores suportáveis, mas que incomodavam. De manhã, fomos para o hospital fazer a rotina de exames e as dores aumentaram. Ainda assim, me mandaram para a casa, nessa hora eu só sentia dor e mais nada. Lembro da minha mãe insistindo para que eu me alimentasse, mas não conseguia.
Voltamos para o hospital. Troca de plantão e um médico abençoado me internou, porque estava em trabalho de parto. Foram cerca de 3 horas sentindo as dores, quando decidiram que teria que fazer cesárea, porque os batimentos cardíacos do Raul estavam diminuindo e ele entraria em sofrimento. Um tempo depois estava com ele nos meus braços.
O parto não foi como eu imaginei, e tudo bem, mas lembra que eu falei lá em cima que Santo Antônio trouxe o amor da minha vida? Pois é, ele chegou dia 14 de junho de 2017 e amanhã completará 3 anos. Chegou para transbordar luz e amor na minha vida. Chegou para me completar.
Hoje, por conta da pandemia, não vamos ver o santinho de perto, como fizemos nos dois últimos anos. Teremos que acompanhar a celebração pela internet. Novos tempos, mas jamais deixaremos de agradecer a intercessão de Santo Antônio na vinda do Raul.
Obrigada santinho!
