Quem nunca ficou com receio de a menstruação manchar a roupa levante a mão. Pois é, esse é um medo que persegue todas as mulheres que usam absorvente externo. De acordo com um levantamento realizado pela marca Pantys, 86% das mulheres brasileiras preferem esse tipo de absorvente. Mas esse número está começando a mudar. Além do incômodo gerado pelo protetor, muitas mulheres estão optando por um modelo prático e econômico do ponto de vista financeiro e ambiental: o coletor menstrual.
Feito de silicone maleável medicinal, ele pode ser reutilizado por até 10 anos (isso mesmo, 10 anos!). Com o formato de um copinho, o coletor “guarda” a menstruação de uma maneira que o cheiro caraterístico da menstruação não seja percebido e pode ser retirado em até 12 horas.
De acordo com a médica ginecologista Patrícia Carvalho não há contra indicação clínica. “Mas mulheres virgens podem não se adaptar na manipulação do coletor dentro da vagina”, alerta. “Fora isso, mulheres de qualquer idade podem usar.” Como existem fluxos variados as empresas desenvolveram tamanhos diferentes de coletor. “A mulher irá saber qual usar de acordo com seu fluxo e não com o tamanho da vagina”, salienta. “Fluxo pequeno, tamanho pequeno. Fluxo médio tamanho intermediário”, explica.
Tchau, preocupação!
Marina Frederico Rabelato, 25 anos, usa o coletor desde julho do ano passado. “Minha menstruação sempre foi regular, mas antes de engravidar meu fluxo era de normal a fraco. Tive minha primeira filha em 2014 e depois disso o fluxo ficou muito intenso, a ponto de ter que usar um pacote de absorvente noturno por dia”, recorda. O incômodo, aliado à preocupação com a roupa e a troca frequente de absorvente a cada 2 ou 3 horas fez Marina conhecer o coletor. “Entrei em contato com o atendimento ao cliente das marcas mais conhecidas e tirei diversas
dúvidas.”
Para ela, a troca foi uma excelente escolha. “Não sinto dor ou incômodo nenhum. Chego até a esquecer que estou naqueles dias.” Entre as diversas vantagens que ela enumera, a melhor é de não sentir a menstruação descendo. “Sabe aquela coisa de quando a gente espirra logo em seguida pensa: pronto, vazou tudo! Com o coletor não tem isso!”
Mas nem tudo são flores. “Eu demorei um pouco para aprender a colocar ‘no lugar certo’. Tive muita dificuldade no começo”, recorda. “Se você não encaixar certo ele incomoda, assim como um absorvente interno”, compara. “O meu eu só consigo colocar e tirar durante o banho.”
A professora Karina Barbosa Honorio, 36 anos, optou pelo coletor menstrual pela praticidade. “O fato de trocar a cada 12 horas e de chegar ao banheiro e não ver nem sentir o cheiro do sangue foi ótimo”. A adaptação foi mais fácil do que ela imaginava. “Nos dois primeiros meses tive dificuldade na retirada porque acabava sujando as mãos e o vaso sanitário. Mas peguei algumas dicas com amigas e foi ajudando.” Outra vantagem é a redução de resíduos. “Além da economia financeira há também a redução na quantidade de lixo gerada, tanto de absorvente com de papel
higiênico.”
Como usar
Para inserir o coletor basta que a mulher encontre a posição que for mais confortável (em pé com uma perna erguida ou sentada com as pernas afastadas). Em seguida é preciso apertar o coletor dobrando-o sobre si mesmo e inserir na vagina delicadamente (ele vai desdobrar e se adaptar nas paredes vaginais). O ideal é que a mulher fique relaxada, caso contrário os músculos vaginais vão se contrair e dificilmente conseguirá colocar o coletor.
Na hora de retirar pressione a base do coletor para deixar que o ar entre e desfaça o vácuo. Em seguida puxe pela haste, esvazie, higienize com água e sabão neutro e insira novamente, caso necessário. Quando a menstruação terminar ferva o copinho em água de 5 a 7 minutos e guarde até o próximo ciclo.