Muitas mulheres e familiares tem me procurado para entender melhor o que significa humanização de um parto.
Então, vamos lá:
“Parto Humanizado” não pode ser entendido como um “tipo de parto” e alguns detalhes não são suficientes para defini-lo como, por exemplo, o uso da água ou a posição vertical ou de cócoras, ou ainda a intensidade da luz da sala, a presença do acompanhante ou de uma doula ou qualquer outra variável.
A humanização do parto é um processo de mudanças de paradigmas culturais que envolvem esse momento de vida de uma família que está prestes a trazer um bebê ao mundo e não um produto que se compra pronto.
Humanizar um parto é conscientizar a todos os envolvidos nesse processo da gestação sobre a importância do mesmo que para a humanidade foi, por muito tempo, instintivo e natural e que há algumas décadas tem interferido ao levar o nascimento para dentro dos hospitais, tornando o parto um ato médico (médico “ faz o parto” e não a mulher que vai parir quem faz) e enquadrando esse evento em um formato completamente uniformizado a todas as mulheres e bebês através de protocolos e rotinas de atendimento.
A “humanização” vai além da questão de acolher e individualizar cada gestante. É torná-la protagonista e dona de suas próprias vontades ou tornar cada nascimento um evento único e individualizar cada procedimento e conduta do ponto de vista técnico.
A assistência mecânica e impessoal com intervenções técnicas e cirúrgicas revela um enorme impacto com consequências na fisiologia do parto e na saúde física e emocional de uma mãe e de seu bebê, às vezes, por toda uma vida.
Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto.
É intervir no momento certo e SE houver esse momento.
É perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família.
É devolver o protagonismo do parto à mulher.
É garantir-lhe o direito de informação e escolha.