O que você faz quando é contrariado por seu filho? Como reage quando ele não te obedece? Como você lida com a frustração de não ser atendido da forma como gostaria?
Pausa para refletirmos sobre isso…
Sou psicóloga, e também sou mãe. Escrevo aqui com esses dois olhares, provocando uma reflexão para todos nós, inclusive para mim.
Vivencio todos os dias o pedido de mães que não sabem como lidar com as explosões emocionais de seus filhos. Não sabem lidar com a raiva, o choro, a impaciência, a agressividade deles.
Então, eu faço uma pergunta: Como nós lidamos com todos esses sentimentos? Será que nossa resposta a essas manifestações apresentadas pelos nossos filhos também não é, muitas vezes, carregada de raiva, intolerância e agressividade?
Será que nós, adultos que somos, não estamos respondendo as nossas frustrações em relação aos nossos filhos, da mesma forma que eles?
Pausa para pensar de novo…
Muitos de nós também não aprenderam a lidar de forma saudável com esses sentimentos. Não sabemos lidar com nossas próprias frustrações, nossos medos, nossa raiva. Temos dificuldade de entrar em contato com esse turbilhão de emoções e nem sempre sabemos como agir. Aprendemos que apenas alguns sentimentos são bem-vindos e nossa forma de lidar com esses sentimentos considerados “ruins” passam pela exclusão e negação.
Por isso sou tão apaixonada por esse universo materno… A maternidade nos provoca o tempo todo para olharmos também para nós. Para nossas dificuldades na relação. Para nossa postura, para nossos limites, para nossa força, para nossas dores.
Aprendemos muito com os filhos, aprendemos sobre eles, mas mais ainda sobre nós mesmos.
Nosso grande desafio enquanto pais, não é impedirmos nossos filhos de vivenciarem todos esses sentimentos, como raiva, tristeza, frustração. Nosso desafio é ajudá-los a lidar com todos eles. Nosso desafio é aprender a lidar com nossos próprios sentimentos.
É compreender que sentir todas essas emoções é absolutamente normal e saudável, mas não podemos fazer o que queremos só porque nos sentimos assim. Aceitamos os sentimentos, mas não os comportamentos inadequados.
Sei que não é um caminho fácil, pois trilhá-lo significa desaprender e reaprender muitas coisas sobre educar, sobre limites, sobre empatia, sobre respeito.
Lembrem-se: nossos filhos precisam de nossa firmeza, precisam de parâmetros, mas não da nossa agressividade e intolerância.
É preciso encontrar um espaço dentro de nós, para colocar os limites importantes, para saber dizer não, para nos posicionar diante dos filhos, sem que precisemos ser agressivos e desrespeitosos com eles.
Firmeza e gentileza, andando de mãos dadas.
Um abraço.