Apesar da diferença de idade das duas filhas, a Clara de 10 anos e a Heloísa de 1, a dona de casa Ingrid Schroeder tenta incluir as crianças nos afazeres domésticos. Mas percebeu que não ter incentivado a mais velha desde cedo dificultou um pouco o processo. “Desde os 3 anos tenho feito com que ela participe com pequenas coisas, guardar os brinquedos por exemplo, mas como deve imaginar, falar todo momento, insistir, convencer, demanda muita energia e empenho, é trabalhoso. Com a chegada da bebê ficou mais complicado, porque além de não ajudar, ela é desorganizada e parece que quer se comparar com a irmã mais nova”, conta.
De acordo com a coach de relacionamento familiar, Monica Savino, incluir as crianças nas atividades da casa não é tarefa fácil e requer paciência e constância dos pais. “A partir de um ano podemos iniciar este processo. A criança por natureza tem a tendência de imitar o adulto, então devemos aproveitar os momentos juntos de guardar os brinquedos, um livro, pedir para que pegue algo e traga para os pais, irmãos, tios, avós. Lembrando sempre que o adulto deve realizar as atividades juntos, além de ensinar, os laços afetivos são reforçados”, afirma.
Ela reforça que é importante tanto o pai quanto a mãe estarem em sintonia na inclusão das atividades diárias dentro de casa e a participação de todos é essencial para manter a harmonia do lar. “A mulher precisa dar espaço para que o pai faça do jeito dele e não como ela gostaria. Impor atividades que não gostam gera estresse, por isso começar com essas imposições raramente é eficaz. Podemos observar as atividades que eles têm aptidão e ajudá-los a desenvolvê-las. Depois, acaba sendo natural que ajudem em atividades menos prazerosas, mas que fazem parte da vida”.
Na casa da assistente administrativa Marilyn Lima, os filhos Kauan Gabriel, 8 anos, Brayan Fernando, 4, e Matheus Henrique, 1, são ensinados desde cedo a realizar algumas atividades condizentes com as idades. E a ajuda do pai é essencial no processo de torná-los homens mais independentes. “Independentemente do sexo, todas as crianças devem ter responsabilidades saber que temos obrigações a cumprir. E o mais importante que passo pra eles todos os dias é que mulher não é empregada de homem, que somos iguais assim como o pai, que também ajuda nos afazeres domésticos”.
É natural depois de uma certa idade que os filhos saem de casa para estudar, fazer intercambio, trabalhar. Por isso, Monica lança uma pergunta aos pais. “Como quero educar a menina e o menino?”
Ela reforça a ideia que é preciso educar os filhos com autonomia, independência, para saber resolver diversas situações, independe do sexo. “Vamos ensinar com intencionalidade de que sejam adultos independentes, bem resolvidos e que saibam ter um olhar para o outro. Isto se aprende em casa, a partir destas pequenas ações diárias que estabelecemos em conjunto”.
E para a Ingrid que estava com um problema em incluir a Clara nas atividades de casa, a coach familiar explica que é preciso muita conversa olho no olho, expressando sentimentos e perguntando para a criança o que ela gostaria de fazer. “Muitas vezes nos surpreendemos com as respostas! Além disso, precisamos ser criativas para levar esta criança a ajudar. Muitas vezes nós precisamos mudar a postura: mandamos a criança fazer, mas ensinamos a fazer? Fazemos juntos? Deixamos claro como fazer, onde guardar? Que horas realizar?”.
Ela ainda sugere uma tarefa: fazer em família uma lista de pequenas ajudas que todos possam oferecer, com dia e horário a ser realizado. Pode ser feito tipo uma planilha, para que todos visualizem isto com os filhos maiores. “Lembrando sempre: com a participação dos pais e de uma forma prazerosa”.
1 thoughts on “Incluir pai e filhos nas tarefas domésticas reforça laços afetivos”
Um tempo para a mulher que existe dentro da mamãe
(janeiro 17, 2018 - 8:09 am)[…] Aproveite para ler: Incluir pai e filhos nas tarefas domésticas reforça laços afetivos […]