Tempo de férias exige cuidados redobrados com as crianças. Por estarem mais tempo em casa ou em atividades fora de sua rotina escolar, ficam mais expostas aos riscos de acidentes domésticos. A pediatra e diretora clínica do Hospital Universitário de Jundiaí (HU), Dra. Ana Paula Felgueiras, relata que até pelo menos os seis anos de vida, a criança precisa ser monitorada, pois ainda não detém maturidade para identificar situações de risco.
Segundo a médica, algumas situações exigem maior atenção. “Para evitar a intoxicação exógena, causada pelo contato ou ingestão de produtos químicos, é importante não deixar ao alcance das crianças os produtos de limpeza e medicamentos”, orienta. O recomendado é que estes itens estejam em locais altos, longe da visualização das crianças e identificados.
Outro ponto de atenção é com relação à aspiração de corpo estranho, como peças de brinquedos, moedas, botões e outros do gênero. “Esses objetos podem oferecer um risco muito grande se aspirados para o pulmão, sufocando a criança”, diz a médica. Por esta razão, ela recomenda que os brinquedos sempre estejam dentro da faixa etária indicada para a criança e tenham o selo do Inmetro, que significa que foram testados e não oferecem riscos. Já botões, moedas e similares, não devem ficar no chão, sobre mesas ou locais baixos.
Ainda com relação à aspiração de objetos, a médica cita que baterias (formato botão) e pilhas devem ser armazenadas em locais de impossível acesso para os pequenos. “Uma vez aspirados, esses objetos são altamente tóxicos e podem corroer o organismo, causando danos irreparáveis ou até mesmo a morte”, destaca.
Ambiente impróprio
Cozinha não é lugar de criança. De qualquer forma, as dicas são manter cabos de panelas sempre virados para a parte interna do fogão; garantir que gavetas com objetos pontiagudos (facas, garfos) e vidros estejam bem fechadas; e não colocar sobre a mesa toalhas longas, pois geralmente as crianças têm a curiosidade de puxá-las.
Nos quartos e salas, os cuidados devem ser com as “divertidas” escaladas em armários e gavetas. “Acidentes em que as crianças sobem nos móveis e estes acabam por cair sobre elas são bem comuns. Dependendo da força do impacto, podem causar traumatismo craniano”, cita a médica. Vias de regra, a dica é não deixar as crianças sozinhas nestes ambientes e, sempre que possível, fixar tais objetos nas paredes.
Na hora de brincar na rua com bicicletas e skates, Dra. Felgueiras recomenda não esquecer os kits de proteção, com cotoveleira, capacete e joelheira.
Mesmo com tantos cuidados, os acidentes ainda podem ocorrer, afinal as crianças têm muita energia para gastar e não é possível prevenir 100% das situações de risco. Caso um acidente venha a ocorrer, é importante que os pais mantenham a calma para ajudar a criança e procurem auxílio nos serviços de emergência.
Mais dicas
– Guarde sempre sacolas e sacos plásticos, a fim de evitar que as crianças coloquem na cabeça e venham a se sufocar;
– Proteja tomadas elétricas e quinas dos móveis;
– Não deixe baldes, bacias e banheiras com água em ambientes onde as crianças circulam;
– Piscinas devem ter grades de proteção de no mínimo 1,5 m de altura e portões de acesso com cadeado;
– Tome cuidado com as plantas do jardim, algumas causam reações alérgicas em contato com a pele e outras são tóxicas.
Com informações de Assessoria de Imprensa