“O que você quer ser quando crescer?” Essa é uma pergunta que provavelmente toda criança já ouviu. Embora falar de questão profissional com uma criança ou pré-adolescente seja algo que possa motivar seus sonhos e estimular interesses, o tema deve ser trabalhado pelos pais com cuidado para evitar pressões familiares que podem prejudicar o desenvolvimento emocional dos filhos.
Georgya Corrêa, Diretora Pedagógica da Escola Teia Multicultural e da Edtech Asas Educação orienta: “não deve-se criar expectativas em uma criança sobre qual será a sua profissão. Primeiro que nós não sabemos nem se as mesmas profissões que existem hoje continuarão existindo”, argumenta a pedagoga. Devido aos avanços tecnológicos, especialistas prevêem o surgimento de novas demandas e a extinção de outras.
“Decidir o que fazer com sua carreira deve ser uma decisão consciente e tomada de forma autônoma. Se a família quer ajudar, ajude demonstrando que independente da escolha, a criança poderá contar com seu apoio”, afirma a pedagoga Georgya Corrêa.
Em uma família onde predomina uma atuação profissional, é necessário que os pais tenham cuidado para que o filho não se sinta pressionado a seguir a mesma carreira que eles. A pressão familiar pode motivar o jovem a ingressar em um curso universitário que na verdade ele não gosta, resultando em desgaste psicológico, emocional e grandes chances de desistência.
Quando os pais devem abordar as questões profissionais com os filhos? “Não existe uma idade específica para se direcionar pré adolescentes para sua escolha profissional. O primeiro passo para isso, é que o jovem conheça a si mesmo”, adverte Lucas de Briquez, Diretor Administrativo da Teia Multicultural e Diretor Executivo da Edtech Asas Educação. “O indicado é estimular a curiosidade e a aprendizagem desde cedo. Dessa forma, ele vai descobrir quais são os seus próprios interessesl”, pontua.
Através dos estímulos, a criança irá naturalmente identificar as áreas que sente mais aptidão e desenvolver interesse em alguma profissão. Lucas de Briquez diz que: “ajudar um adolescente a dar os primeiros passos em direção a escolha de sua formação profissional está mais relacionado ao processo de auxiliá-lo a entender quais são seus dons e talentos, onde estão suas maiores facilidades e curiosidades, do que repetidamente questionar: “O que você vai querer ser quando crescer?”, declara.
A escola é um ambiente voltado à aprendizagem que pode contribuir significativamente para a orientação profissional de um adolescente. Georgya Corrêa argumenta que a instituição deve mostrar diferentes possibilidades de carreira: “o trabalho da escola é não perpetuar a mentira de que existem áreas isoladas e profissões fechadas, e sim, mostrar para os alunos as diferentes possibilidades de carreira”, constata.