Cranioestenose você já ouviu falar?

Depoimento de Ivanize Santos

Poucos sabem, mas setembro é o mês da conscientização da cranioestenose. Na verdade, são poucos os que sabem o que é isso.

Apesar de pouco conhecida, é mais normal do que imaginamos. Cranioestenose é o fechamento precoce da sutura da cabeça do bebê. Estudos não sabem dizer a causa, se é genético ou não.

Vou contar a história do meu filho para você, para que fique de alerta para  mães que assim como eu não conhecia essa “doença”. Sou mãe de dois filhos a Emily de 8 anos e o Elias de 2 anos. Ambos foram planejados e muito amados desde a gestação. Minha filha nasceu linda perfeita, saudável. Sempre agradeci a Deus por isso. Quando descobri que estava grávida pela 2º vez, minha preocupação não era em saber o sexo e sim se eu teria um filho como a minha filha era.

Nos ultrassons tudo estava perfeito, com 5 meses descobri que seria mãe de um menino, que felicidade já conhecia as maravilhas do mundo rosa e agora iria desfrutar do mundo azul. Meu parto estava marcado para dia 10/08/2016, mas meu filho quis vir antes (kkk) nasceu dia 09/08/2016.

Nasceu lindo, perfeito (para mim), saudável. Mas notei que a cabeça dele parecia ter uma bola atrás, era diferente, mas não dei muita importância. Os médicos do hospital me deram alta fomos para casa, passei na consulta de retorno e ninguém falava nada sobre o formato da cabeça dele.

Quando consegui marcar consulta com o pediatra dele, ele já ia completar quase dois meses, na primeira consulta o dr já me questionou sobre o formato da cabeça. Eu disse que achava um pouco estranha, mas pensei que fosse assim mesmo. O pediatra pediu então para que eu mudasse sempre a posição do Elias dormir, uma vez do lado direito, do lado esquerdo, de frente, para ir dando forma “normal” a cabeça dele.

Na segunda consulta viu que não era posicional e pediu para que fosse feito um ultrassom de transfontanela. Fiz e deu tudo normal, mas ele ainda não se convenceu e me encaminhou com uma neuropediatra. Passei com a neuropediatra que me pediu para que fizesse uma tomografia para ver melhor o que estava acontecendo. Fiz e o desconhecido passou a me assombrar. A sutura tinha fechado, a principio a neuropediatra disse que era apenas estético, mas me encaminhou para o neurocirurgião.

Passei com ele, nisso meu filho já estava com 6 meses, o médico disse que não era estético, e que se não fosse a cirurgia não teria espaço suficiente para o cérebro crescer, meu filho poderia ficar cego, perder os movimentos ou ser uma criança normal, mas nada disso era garantido. E eu não ia pagar para ver. Ele disse que a  cirurgia para ter um melhor resultado estético a cirurgia tinha que ser feita até os 6 meses.

Começamos a correr contra o tempo, fizemos mais uma tomografia, passamos com anestesista e voltamos para marcar a cirurgia. A cirurgia foi feita no dia 24/04/17 meu filho estava com quase 8 meses. Fomos para o hospital, colhemos sangue, conversamos com o médico, e chegou a hora… Entregar meu pequeno no centro cirúrgico não foi nada fácil. Eu e meu esposo descemos 4 andares do hospital sem  rumo. Pois sabíamos que a cirurgia tinha a duração de seis horas.

Ficamos desnorteados, nos perdemos um do outro. Quando nos encontramos falei que só iria sair daquele 4° andar depois de receber notícias do meu filho. As horas não passavam, chorei, rezei, fiquei preocupada, tive fé muita fé. Sabia que Deus não ia tirar o meu filho de mim naquela cirurgia. Cada vez que a porta se abria era a esperança de que a cirurgia tinha terminado. Até que se passaram as seis horas, quando o médico abriu a porta dizendo que tudo havia ocorrido bem, meu filho deu um choro, o choro da vitória de ter nascido de novo.

Foram 43 pontos na cabeça, três dias de UTI e mais dois no quarto, mas a recuperação era incrível. Que felicidade ver meu filho com dois dias de operado sentado batendo palmas com a enfermeira.

Depois de uma semana de cirurgia, meu filho começou a engatinhar, dar tchau, andou com 11 meses.

Hoje 1 ano e 4 meses depois vejo o meu filho correndo, brincando, bagunçando e sinto uma felicidade tremenda. Agradeço a Deus todos os dias por ter me dado um guerreiro, pois com ele eu tive a certeza de que Deus jamais falha com aqueles que verdadeiramente confiam.

Autor Redação Mães de Jundiaí

Redação Mães de Jundiaí

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